A edição de hoje
Perderam a vida 1539 animais, menos 28% face a 2022.
Morrem por dia nas estradas quatro animais, de acordo com os dados do ano passado, que registaram um total de 1539 atropelamentos fatais, numa queda de 28% face a 2022 (2147).
O relatório ‘Monitorização da Mortalidade de Fauna nas Estradas’ revela que houve 488 casos fatais de animais domésticos e 1051 silvestres. A Infraestruturas de Portugal, entidade gestora pelas estradas nacionais, revela que “a mortalidade por atropelamento é o efeito mais visível das estradas na fauna e, embora o facto não seja consensual, é provavelmente também o impacto mais negativo na fauna”.
O estudo destaca, por isso, que a “mortalidade nas estradas é o principal fator que contribui para a redução da diversidade genética das populações selvagens”.
Nos animais domésticos é indicado que morreram 351 gatos e 117 cães. Os restantes 20 incluem animais de grande porte, como cavalos. É o abandono que provoca o maior número de atropelamentos: “Muitos animais são abandonados junto às estradas, de onde não se afastam, acabando por ser vítimas de acidentes.” Adianta o relatório que a morte de animais nas estradas “é também um problema de segurança rodoviária, dado que muitos acidentes decorrem não só dos embates com animais, mas também de súbitas manobras de desvio que podem causar despistes”.
Para combater os atropelamentos, “as soluções mais utilizadas e cuja eficácia foi já demonstrada consistem em melhorar as vedações existentes ou, no caso das vias não vedadas, aplicar vedações adequadas e em criar passagens para fauna, as quais podem ser providenciadas através de adaptações às estruturas existentes”.
É nas autoestradas e vias rápidas que ocorre o maior número de casos provocados pela “combinação de estradas com maior volume de tráfego, com características que potenciem a prática de velocidades elevadas”. Avança ainda a Infraestruturas Portugal que “a presença de extensas áreas naturalizadas na sua envolvente, com abundância de espécies silvestres, contribui de forma determinante para o aumento dos atropelamentos”.
SAIBA MAIS
As estradas com o maior número de atropelamentos de animais são a EN18, na parte do distrito de Évora; o IC13, no de Portalegre; o IC28, no de Viana do Castelo; o IC12, no de Viseu; e a A23, na parte do distrito de Santarém.
AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO
Espécies com elevada sensibilidade ecológica figuram entre os animais atropelados. Em 2023 morreram sete linces-ibéricos e um furão-bravo, animais que estão ameaçados de extinção. Mor
reram também 4 corços, 9 veados e 63 javalis.
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