Sumo Pontífice será lembrado como o Papa que aboliu as “alfândegas” na Igreja. Atribuiu às mulheres papel de maior relevo, mas continuou a proibir sua ordenação.
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Reduzir 12 anos de pontificado a uma palavra, mesmo que repetida três vezes, pode parecer demasiado redutor, mas não no caso do Papa Francisco. Se João Paulo II deixou como legado um desafio do tamanho do mundo - “Não tenhais medo!” - e Bento XVI as raízes do combate à “ditadura do relativismo”, que consome as sociedades modernas, o Santo Padre argentino ficará na história como o Papa que abriu a Igreja Católica a “todos, todos, todos”. Foi na Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, em agosto de 2023, que deu o mote para o lema que perdurará na memória dos tempos. “Saiam pelas periferias e tragam todos, todos, todos: sãos, doentes, crianças e adultos, bons e pecadores. Todos! Que a Igreja não seja uma alfândega para selecionar quem entra e quem não entra. Todos, cada um com a sua vida às costas, com os seus pecados, assim como é diante de Deus, como é diante da vida… Todos. Todos. Não levantemos alfândegas na Igreja.” E foi o primeiro a dar o exemplo, abençoando os homossexuais e divorciados, porque “a Igreja Católica abençoa pessoas, não relações”.
Ficará também na história pelo combate sem tréguas aos abusos sexuais na Igreja, por atribuir às mulheres um papel de maior relevo no seio da instituição e pelo aprofundamento do diálogo inter-religioso, iniciado pelos seus antecessores.
Ainda abriu a discussão sobre os padres casados – “o celibato não é um dogma, é preciso considerar a evolução da sociedade” –, mas encontrou forte resistência no interior da Igreja e a ‘revolução’ ficou pelo caminho.
Já sobre a ordenação de mulheres, o programa reformista do Papa Francisco não chegou tão longe: “Porque é que a mulher não pode entrar nos ministérios, ser ordenada? Porque o princípio petrino não o permite.” Seja como for, Francisco abriu caminhos e nomeou cardeais (108) da sua confiança para que os mesmos continuem a ser percorridos, pese embora exista uma forte corrente contrária aos seus desejos. O conclave de eleição do próximo Papa dirá para que lado corre o fumo branco, se para a esquerda ou para a direita, se para continuar as reformas ou o regresso às origens. Estará hoje a Igreja Católica melhor do que quando Mario Bergoglio se sentou na cadeira de Pedro? Só tempo se encarregará de o dizer. Certo é que o povo católico gostou dele, da sua forma humana de ver e sentir o mundo.
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