Medida visa prevenir infeções e reduzir diagnósticos tardios, de acordo com a DGS.
Os serviços de saúde dedicados às infeções sexualmente transmissíveis vão começar a ser restruturados em 2026, com novas consultas, rastreios e maior acesso à Profilaxia Pré-Exposição ao VIH, visando prevenir infeções e reduzir diagnósticos tardios, anunciou esta quinta-feira a DGS.
Em declarações à agência Lusa, a nova diretora do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e VIH/Sida (PNISTVIH), Bárbara Flor de Lima, destacou a necessidade de reorganizar a resposta no terreno face ao aumento crescente de utilizadores de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e à elevada proporção de diagnósticos tardios.
O relatório "Infeção por VIH - 2025", esta quinta-feira divulgado, indica que Portugal registou menos casos de infeção por VIH em 2024, totalizando 997, mas cerca de 54% dos diagnósticos ocorreram tardiamente, sobretudo entre homens heterossexuais com 50 ou mais anos.
O documento assinala também o aumento no número de pessoas abrangidas pela PrEP, descrita como uma "importante estratégia de prevenção", tanto em contexto de dispensa hospitalar, como através de prescrição e dispensa nas farmácias comunitárias, maioritariamente entre homens e homens que fazem sexo com homens.
Elaborado pela DGS e pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), o relatório defende a necessidade de alargar o número de consultas nos cuidados de saúde primários e nas organizações de base comunitária, afirmando que "só deste modo, será possível aumentar o acesso, a cobertura e os contextos de prescrição da PrEP, com impacto na redução do número de novas infeções por VIH".
Bárbara Flor de Lima disse que o crescimento do número de utilizadores justifica uma reorganização mais ampla dos serviços, não apenas da PrEP, mas também do diagnóstico das IST e da saúde sexual.
A diretora do programa reconheceu que tem havido atraso no acesso às primeiras consultas, particularmente a nível hospitalar, cuja capacidade de expansão está próxima do limite.
Por isso, explicou, a reestruturação incluirá a criação de novas consultas nos cuidados de saúde primários, para melhorar o acesso, reforçar o rastreio das IST e do VIH e garantir "maior testagem".
Questionada sobre o calendário da reestruturação, Bárbara Flor de Lima considera possível avançar já em 2026, explicando, contudo, que o ritmo dependerá da organização interna de cada unidade local de saúde e da articulação com as estruturas comunitárias, um processo que poderá levar tempo até estar plenamente implementado.
Ainda assim, garante que "poderá ser iniciada a muito curto prazo", salientando que algumas unidades já começaram a organizar-se e a implementar consultas multidisciplinares neste âmbito.
A infecciologia observou que a criação das unidades locais de saúde traz a oportunidade de integrar os cuidados de saúde primários e estruturas comunitárias em projetos conjuntos, permitindo "uma resposta mais efetiva" nesta área.
Com esta reestruturação, resumiu, prevê-se "uma melhor capacidade de resposta e também de acesso a testagem, aconselhamento, rastreio", assim como "diminuir ainda mais o número de novos casos" e contribuir para a redução da proporção ainda elevada de diagnósticos tardios.
O objetivo é aproximar Portugal da meta da ONUSida 95-95-95: Diagnosticar 95% das pessoas com VIH, tratar 95% das diagnosticadas e garantir carga viral suprimida em 95% das tratadas, idealmente antes de 2030.
Segundo o relatório, em 2024, foram realizados cerca de 68.000 testes rápidos para VIH em diversas estruturas de saúde e comunitárias, assim como a prescrição e realização de mais de 625 testes no âmbito dos cuidados de saúde primários e hospitalares do SNS, verificando-se uma diminuição no número de testes rápidos realizados comparativamente a 2023.
Foram ainda dispensados 5.659 autotestes, mantendo a tendência crescente no número de autotestes dispensados anualmente pelas farmácias comunitárias.
No ano passado, foram também distribuídos, através do PNISTVIH, mais de 6,6 milhões de preservativos externos e internos e mais de um 1,8 milhões de embalagens de gel lubrificante.
O Programa Troca de Seringa permitiu a distribuição de mais de 960.000 seringas em 2024, totalizando cerca de 66 milhões entre a população de utilizadores de drogas injetadas, desde a sua implementação.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.