"É particularmente inquietante a crescente prevalência do consumo de tabaco entre as jovens", afirma a OMS nas vésperas do Dia Mundial Sem Tabaco (31 de Maio), que alerta este ano para as estratégias utilizadas pela indústria do tabaco, ao longo de várias décadas, no sentido de aumentar o consumo entre as mulheres.
Em Portugal, segundo a Direcção-Geral da Saúde, citada pela agência Lusa, o consumo de tabaco tem registado, nos últimos anos, um ligeiro decréscimo nos jovens e um aumento nas adolescentes e mulheres jovens.
A iniciação do consumo tem lugar, habitualmente, na adolescência ou no início da idade adulta, após um período de aquisição de crenças e expetativas positivas relativamente ao tabaco.
"Após um período de experimentação irregular, muitos jovens tornam-se dependentes da nicotina, passando a consumidores regulares", adianta a DGS.
O relatório ‘Mulheres e Saúde’, divulgado pela OMS e baseado em dados de 151 países, indica que cerca de 7 por cento das adolescentes fumam, contra 12 por cento dos rapazes da mesma idade.
"Os dados sobre Portugal confirmam que as adolescentes estão a fumar cada vez mais. Se as famílias não tiverem consciência disso, se as escolas não trabalharem e os cuidados primários de saúde não colaborarem e se não houver um ambiente propício à informação positiva, vamos ter problemas como aconteceu noutros países", alertou à Lusa o presidente da Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo.
ATRÁS DOS NAMORADOS
Para Luís Rebelo, esta situação deve-se ao facto de os "estímulos externos aos jovens serem mais poderosos que a informação banal e generalista que existe".
"Os namorados fumam e elas querem parecer iguais, nos grupos de amigos também se fuma muito e as jovens não querem ser rejeitadas e começam a fumar", exemplificou à Lusa Luís Rebelo.
Por outro lado, disse, há pais que também são "pouco presentes e dão mesadas exageradas aos filhos" e as discotecas e os bares também propiciam os jovens a fumar.