Ontem também foi assinado um protocolo entre o Centro Hospitalar Lisboa Norte e os Ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior para a criação do Centro Académico de Medicina de Lisboa. "O centro contribui para a reforma universitária e desenvolvimento da actividade científica. Deverá estar concluído até 2011", disse ao CM o ministro Mariano Gago, escusando-se, porém, a revelar qual o valor do orçamento inicial para esta valência que permitirá a interacção constante entre estudantes de Medicina, médicos e investigadores.
Foi, ainda, lançado o projecto de construção do edifício Cid dos Santos que usufruirá de tecnologia de última geração: "O edifício deverá estar concluído no final de 2010 ou início de 2011 e representa um investimento global de 70 milhões de euros", afirmou a ministra Ana Jorge.
Esta estrutura vai abranger diversas valências, entre as quais consultas externas, cuidados intensivos, hospital de dia e cirurgia do ambulatório.
As novas unidades do Hospital de Santa Maria surgem no âmbito do plano de requalificação 2006/2008 previsto para este hospital.
O médico catedrático João Lobo Antunes, responsável pela Neurocirurgia e presidente do Instituto de Medicina Molecular, revelou--se satisfeito com os novos bloco operatório e unidade de cuidados intensivos de Neurocirurgia: "Há 15 anos que pedia uma nova unidade porque os doentes precisam. E é aqui que os internos e futuros médicos, orientados pelos mais velhos, vão aprender".
DIVÍDA DO SNS VAI SER PAGA
A ministra da Saúde, Ana Jorge, garantiu ontem que a dívida do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aos fornecedores vai ser paga: "Estamos a acompanhar a situação e a dívida será paga", remetendo mais explicações para o seu secretário de Estado, Francisco Ramos.
"A dívida não é superior à que existia em 2005 quando o Governo tomou posse. O problema do endividamento do SNS é uma questão que estamos a tentar resolver com a melhoria dos serviços de gestão e com valores pagos a 90 dias", disse Francisco Ramos.
As contas do SNS estão negativas em 908 milhões de euros, dos quais 727 dizem unicamente respeito aos hospitais com gestão empresarial, o que representa cerca de 90 por cento das camas. Já o sector público administrativo tem um saldo negativo de 164 milhões de euros.
HOSPITAL EM NÚMEROS
250
Mil doentes foram atendidos no Serviço de Urgência este ano, o que equivale a um crescimento de 5 por cento face a 2007.
50%
Foi o aumento das primeiras consultas desde 2005 até à presente data.
30%
Foi o crescimento dos doentes tratados no hospital de dia.
180
Dias (6 meses) foram reduzidos no tempo de espera das intervenções cirúrgicas.