Cinco pessoas infetadas com a ‘Klebsiella pneumoniae carbapenemase’ (KPC), a mesma que em 2015 provocou a morte a seis pessoas: três em Vila Nova de Gaia e três em Coimbra.
Foram detetados no Centro Hospitalar Conde de Ferreira (Porto) dez casos de doentes portadores de bactérias multirresistentes, cinco dos quais infetados pela ‘Klebsiella pneumoniae carbapenemase’ (KPC), superbactéria que em 2015 provocou a morte a seis pessoas: três no Hospital de Vila Nova de Gaia e três no Centro Hospitalar de Coimbra. No Conde de Ferreira não são conhecidas mortes relacionadas com a bactéria KPC.
"Confirmamos os 10 casos, mas só cinco desses doentes é que são portadores da bactéria KPC. Nenhum deles desenvolveu a infeção", explicou ao Correio da Manhã Rosa Gonçalves, diretora clínica do Centro Hospitalar Conde de Ferreira, especializado no tratamento de doentes mentais.
Os utentes portadores da bactéria estão isolados na mesma enfermaria, onde, garante a diretora clínica, têm recebido o tratamento adequado. "Estão isolados por precaução, já que nenhum deles tem a infeção. Estamos a proteger os utentes para que não exista uma evolução da infeção", acrescentou.
Todos os doentes que contactaram com pessoas infetadas foram sujeitos a exames para desviar a possibilidade de, também eles, terem contraído a bactéria. "O isolamento e a higienização são os procedimentos básicos. Depois procede-se à realização do antibiograma e a testes que vão ajudar a perceber qual o antibiótico ou o procedimento que se tem de adotar para que o organismo do doente comece a responder positivamente e para que esteja livre de perigo", explicou José Azevedo, presidente do Sindicato dos Enfermeiros.
A bactéria KPC é resistente aos antibióticos e propaga-se através de secreções e do contacto direto com doentes infetados. As pessoas mais vulneráveis à infeção são as que já apresentam algumas debilidades no organismo. "As pessoas com mais idade e as que já se encontram doentes são as mais vulneráveis por terem falta de algumas vitaminas, ou seja, o organismo mais debilitado. Por esse motivo é mais fácil para quem se encontra em lares e nos hospitais contrair a infeção", prosseguiu o presidente do Sindicato dos Enfermeiros.
"O problema é que não existem estudos suficientes sobre a KPC e ainda se desconhece como é que a bactéria se torna multirresistente aos antibióticos. Sem saber isso, é mais complicado aos hospitais e aos profissionais estarem preparados para atuar e combater estas situações", conclui o responsável.
Falta de higiene das mãos leva a aumento do contágio
A falta da higiene das mãos dos médicos e enfermeiros entre cada observação de doentes ou o contacto direto do doente com familiares levam à transmissão da superbactéria multirresistente ‘Klebsiella pneumoniae carbapenemase’ (KPC).
"O elo de transmissão da bactéria multirresistente KPC só é quebrado quando existe uma higiene e desinfeção das mãos dos profissionais de saúde depois do contacto direto com um doente colonizado, ou seja, que não desenvolveu a infeção", explicou ao CM Paulo Andrade, infeciologista do Hospital de São João, no Porto.
A bactéria KPC não é transmitida pelo ar nem por outras formas de contágio, mas tão-somente pelo "contacto direto" das mãos com o doente colonizado. O micro-organismo, que vive no intestino das pessoas, desenvolve estirpes multirresistentes aos tratamentos por antibiótico devido ao "uso indevido" desses antibióticos.
"Quando as pessoas tomam muitos antibióticos, as bactérias vão ganhando resistências e esses medicamentos deixam de ser eficazes, obrigando ao recurso a antibióticos mais tóxicos e que produzem efeitos secundários, temporários, a nível renal e neurológico", referiu Paulo Andrade.
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