Idosos referem-se a lares como prisões.
O recurso ao chamado ‘turismo negro’ ou do luto é uma das formas de as pessoas que enfrentaram a perda de um familiar ou amigo conseguirem recuperar.
O princípio foi defendido, ontem, pela investigadora da Universidade de Aveiro Belmira Coutinho, no IV Congresso ‘O Luto em Portugal’, que reuniu em Lisboa especialistas na área da medicina e psicologia. "A prática de visitas aos cemitérios alivia o luto", referiu, dando como exemplo os cemitérios do período romântico no Porto, "onde as pessoas acabam por refletir sobre o fim do Homem".
Jenny Gil Sousa, investigadora da Universidade do Minho, defendeu que "a perda do cônjuge, acrescida da institucionalização permanente num lar, origina nos idosos profundas alterações no bem-estar, autoidentidade e relação com o Mundo". Jenny Gil Sousa referiu que no seu trabalho já ouviu idosos referirem-se a esta transformação com as frases: "Toda a vida tratei de tudo, agora sinto-me um boneco" e "Sinto que estou numa prisão".
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