Vacinas grátis contra Covid-19 só dão para um terço dos portugueses
Governo compra 6,9 milhões de vacinas mas para ter imunidade é preciso tomar duas doses.
Bernardo Esteves e Francisca Genésio
21 de Agosto de 2020 às 01:30
O primeiro-ministro António Costa anunciou esta quinta-feira a compra de 6,9 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. Trata-se de um primeiro lote que só chega para 3,450 milhões de portugueses (cerca de um terço da população), uma vez que a vacina é administrada em duas doses, apurou o CM junto do Infarmed. “No caso desta vacina, o regime posológico é de duas doses”, esclareceu fonte oficial da Autoridade Nacional do Medicamento, sublinhando que as vacinas vão chegar a Portugal “ao longo de um período previsional de 6-8 meses”.
Segundo António Costa a vacinação em Portugal será “universal e gratuita”, tendo esta primeira compra custado 20 milhões de euros. “A União Europeia (UE) coordenou uma aquisição conjunta para os diferentes países. Hoje [quinta-feira], num Conselho de Ministros eletrónico, autorizámos a aquisição do primeiro lote de seis milhões e 900 mil vacinas. A UE selecionou seis das diversas vacinas que estão em desenvolvimento a nível mundial”, disse Costa, no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia.
O chefe de Governo admite que a vacina possa chegar à população ainda este ano. “Os otimistas acreditam que no final deste ano haverá os primeiros lotes. Os realistas têm de acreditar que os otimistas têm razão, mas temos de nos preparar para que assim possa não ser”, afirmou, considerando que está agora mais próximo “aquele dia fundamental em que há uma vacina desenvolvida pela ciência e produzida pela indústria, devidamente comercializada, distribuída e acessível à população”, referiu.
Caberá à Direção-Geral da Saúde (DGS) decidir sobre quem terá prioridade na vacinação. “Confiamos que a DGS defina os critérios que devem obedecer à vacinação progressiva, universal e gratuita da população portuguesa para assegurar a imunização”, disse o primeiro-ministro.
Primeiro-ministro afasta hipótese de novo confinamento
O primeiro-ministro António Costa avisou que não voltará a decretar o confinamento: “Não vamos poder ter no próximo ano a capacidade de resposta de março quando decidimos encerrar as escolas. Não vamos poder voltar a encerrar totalmente empresas, porque isso significa milhares de postos de trabalho em risco e a destruição coletiva da riqueza do nosso país e do funcionamento da sociedade”.
Mais 26 milhões de euros para medicina intensiva
A ministra da Saúde anunciou um reforço de 26 milhões para ventiladores e outros equipamentos de medicina intensiva. "Vamos completar o programa vertical de aquisição de ventiladores de 60 milhões de euros com um programa de 26 milhões de euros para reinfraestruturação dos hospitais e garantir que tiramos o maior proveito destes equipamentos", afirmou Marta Temido, frisando que este programa terá um complemento em 2021.
pormenores
UE comprou 300 milhões
A União Europeia garantiu um total de 300 milhões de vacinas neste primeiro contrato, que prevê a compra de mais 100 milhões de doses, revelou o Infarmed, frisando que “até ao início de 2021 poderá haver 3-4 vacinas mais avançadas”.
Recorde no Superior
Até quarta-feira havia já 54 733 candidaturas ao ensino superior, perto do recorde de 1997, quando houve 54 950 candidatos. As candidaturas terminam domingo. A subida das notas provocada pela mudança nas regras ditada pela pandemia explica o aumento de candidatos.
100 mil computadores
O programa Escola Digital prevê numa primeira fase a distribuição de 100 mil computadores por alunos mais carenciados e por professores. O programa custa 400 milhões de euros.
Mais informação sobre a pandemia no site dedicado ao coronavírus
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