Vítor Dias testou positivo à Covid-19 a 25 de setembro, mas teve de esperar 18 dias para receber o código que iria introduzir na StayAway Covid, a aplicação para telemóveis
que tem como objetivo auxiliar no rastreio da doença.
Quando soube que estava infetado, o informático de profissão escreveu na sua conta de
Facebook, dando conta que tinha sido apanhado pelo "maldito vírus".
"Entrou nas nossas vidas, na dos nossos filhos e na de alguns dos nossos familiares. Tirou-nos o sono, perturbou a nossa harmonia e a nossa paz, alterou a nossa rotina. Deixou-nos isolados. Deu-nos tosse, aumentou a temperatura do nosso corpo, lembrou-nos que tínhamos músculos e articulações que estavam mais inativos. Lembrou-nos que a nossa vida estava a ser comandada por um ser invisível, mas muito potente", lê-se na publicação, a 27 de setembro.
A 13 de outubro, Vítor regressou ao Facebook, desta vez para revelar que a StayAway Covid, afinal não funciona tão bem como prometia.
"Eu fui certamente uma das primeiras pessoas a instalar a StayAway Covid. Fi-lo logo no dia do lançamento. Li tudo acerca dela e acreditei que esta seria uma boa forma de alertar possíveis infetados", começou por escrever Vítor Dias. No entanto, apesar das expectativas serem elevadas, quando ficou infetado com Covid-19, tudo mudou.
"Quando fiquei infetado, a declaração que atestava em como eu estava positivo, não tinha o dito código para inserir na aplicação. Solicitei-o por várias vezes e só ao fim de mais de 18 dias (e a muito custo) lá me facultaram o código. Ora se eu já estava confinado há mais de 20 dias, para que me serve ter a aplicação já que ela alerta as pessoas com quem contactamos nos últimas 14 dias?
Não deixa de ser curiosa a mensagem após eu ter inserido o código: "quando obtiver um teste negativo, remova a aplicação e volte a instalá-la". É caso para dizer "StayAway StayAway Covid".
Este sábado, Vitor agradeceu a liberdade após testar negativo para a Covid-19. "A liberdade é uma coisa extraordinária. É pena muitos não lhe darem importância e outros não lhe darem o devido valor. Gozem a vida enquanto podem", lê-se.