170 mil pessoas assinam petição para TikTok "corrigir design tóxico e viciante"

Petição partiu de um grupo de quatro jovens ativistas.

25 de novembro de 2025 às 23:28
170 mil pessoas assinam petição para TikTok "corrigir design tóxico e viciante" Foto: Hayoung Jeon/EPA
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Cerca de 170 mil pessoas, entre as quais 21 mil portugueses, assinaram uma petição exigindo à plataforma Tik Tok que corrija o seu "design tóxico" e viciante que expõe crianças e jovens a conteúdos prejudiciais.

A petição partiu de um grupo de quatro jovens ativistas que a vai entregar, esta terça-feira, nos escritórios do Tik Tok, em Dublin, na Irlanda, revelou a Amnistia Internacional (AI) em comunicado.

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A petição conta com "170.260 assinaturas de todo o mundo, das quais 21.136 de Portugal", acrescentou a organização.

"Estas assinaturas representam uma exigência global para que o TikTok substitua o seu atual modelo de negócio de uma aplicação viciante por um modelo seguro. O seu design tóxico causou danos a crianças em muitas partes do mundo", afirmou Zahra Asif Razvi, ativista da Amnistia Internacional.

A petição intitulada "Torne o TikTok mais seguro para crianças e jovens" foi entregue por Mary Kate Harten e Trinity Kendi, da Irlanda, Abril Perazzini, da Argentina, e Noe Hamon, de França.

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No texto da petição, os subscritores pedem que a plataforma se torne mais segura para que "crianças e jovens possam socializar, aprender e aceder a informações sem serem prejudicados".

A Amnistia Internacional publicou dois relatórios em 2023 que denunciaram como o sistema de recomendação do TikTok e as suas práticas invasivas de recolha de dados amplificaram conteúdos depressivos e suicidas.

Apesar das medidas de mitigação de risco anunciadas pelo TikTok no ano passado, a Amnistia Internacional diz que a plataforma continua a expor utilizadores vulneráveis a conteúdos que normalizam a automutilação, o desespero e os pensamentos suicidas.

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A investigação da Amnistia Internacional mostra que o modelo de negócio do TikTok prioriza o envolvimento para manter os utilizadores viciados e impulsiona uma extensa recolha de dados direcionada aos anunciantes.

Jovens franceses entrevistados numa recente investigação da Amnistia Internacional relataram fluxos de vídeos que normalizavam e encorajavam a automutilação e o suicídio após visualizarem conteúdos relacionados com a saúde mental.

O problema do uso abusivo das redes sociais está a ser analisado também pelo poder político: Esta terça-feira, no Parlamento Europeu (PE), os eurodeputados discutem um relatório que recomenda a proibição da utilização das redes sociais a menores de 13 anos e um limite mínimo de 16 anos.

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O relatório refere que as redes sociais estão a fazer pouco para proteger as crianças de conteúdos que podem ser prejudiciais e por isso recomenda a todos os países da União Europeia (UE) que proíbam a utilização das redes sociais a menores de 13 anos.

Para os adolescentes entre os 13 e os 16 anos, a utilização deverá estar condicionada pela autorização parental e supervisão.

O relatório, da autoria do europarlamentar dinamarquês socialista Christel Schaldemose, constata que as principais plataformas digitais falharam na proteção dos menores, não só dos conteúdos que consumiam, e pouco ou nada fizeram na prevenção de conteúdos que podem criar dependência, problemas de saúde e exposição a conteúdos ilegais.

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Pedindo uma aplicação concreta da legislação que estas plataformas têm de cumprir, o relatório também lamentava a falta de harmonização nas regras digitais entre os 27 países do bloco comunitário.

Em setembro, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, admitiu proibir redes sociais a crianças na UE, estudando tal limitação até final do ano.

"Tal como nos meus tempos, nós, como sociedade, ensinávamos aos nossos filhos que não podiam fumar, beber e ver conteúdo adulto até uma certa idade. Acredito que é hora de considerarmos fazer o mesmo com as redes sociais", afirmou Ursula von der Leyen, numa altura em que países como Dinamarca, Grécia, França, Espanha, entre outros, avaliam como limitar esta utilização a menores.

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