Cambridge Analytica encerra nos Estados Unidos após escândalo

A sociedade britânica Cambridge Analytica (CA), que está no centro do escândalo sobre o acesso indevido a informação pessoal de milhões de utilizadores do Facebook, vai encerrar nos Estados Unidos, noticiou esta quarta-feira o The Wall Street Journal.

Em comunicado, a empresa veio entretanto adiantar que tinha iniciado um processo de falência e que tinha cessado "todas as atividades".

O fundador da empresa, Nigel Oakes, confirmou este desenvolvimento ao diário nova-iorquino.

Ligada à campanha eleitoral do agora Presidente norte-americano, a Cambridge Analytica justificou o encerramento com a perda de clientes e o aumento dos custos com a justiça.

"Foi considerado que já não é viável continuar a operar nesta atividade", indicou-se no comunicado.

Empresa usou dados de milhões de utilizadores

Segundo ficou provado, a Cambridge Analytica usou uma aplicação para ter acesso indevido a dados de milhões de utilizadores, dados esses que foram usados para enviar propaganda direcionada para influenciar as eleições norte-americanas e, eventualmente, o resultado do referendo do Brexit. 

Para a campanha de Donald Trump foram criados mais de 10 mil anúncios destinados a audiências específicas durante o período de campanha das eleições. Esses anúncios terão sido vistos milhares de milhões de vezes, assegurou na altura a empresa.

Numa publicação divulgada pelo diretor de tecnologia da maior rede social do planeta, Mike Schroepfer, a empresa estima que a consultora terá conseguido acesso aos dados de 87 milhões de utilizadores, na sua maioria norte-americanos.