Criador do AdBlock defende "Spotify" de notícias como modelo de negócio
Till Faida foi à Web Summit falar do futuro da publicidade e da criação de conteúdo.
E se existisse um serviço equivalente ao Spotify mas para jornais? Uma plataforma onde se pode aceder a todos os artigos, de várias publicações, a pagar uma única mensalidade, pode ser um novo modelo de negócio para os media.
É isso que defendeu na Web Summit, esta terça-feira, Till Faida, fundador e CEO do AdBlock, software que permite bloquear a publicidade em sites e aplicações. Em conversa com Meredith Artley (CNN), Chris Duncan (Times e Sunday Times) e Sabrina Siddiqui (The Guardian), Faida garantiu que a publicidade só não é consumida pelos utilizadores porque é desinteressante e não se adapta aos gostos de quem lê.
Como resposta a esse problema, Faida admite que a publicidade tem de se adaptar aos novos consumidores, mas que o futuro passará, também, por um serviço que junte todas as publicações numa só mensalidade: desta forma, quem quiser consumir artigos sem publicidade, pode optar por uma versão "premium" que elimina os anúncios indesejados.
"Acabei de lançar um produto que é mesmo assim: dá aos utilizadores a possibilidade de, apenas com um subscritor, aceder diretamente a todo o conteúdo de inúmeras publicações", afirmou Faida.
Os jornalistas presentes concordaram com o fundador do Adblock, salientando a necessidade de encontrar soluções para garantir a subsistência dos jornais, minimizando a influência do Facebook e da Google nos resultados das empresas de media.
"Devíamos fazer um jogo em que bebíamos um copo sempre que alguém falasse do algoritmo do Facebook. Se dependemos tanto das mudanças do Facebook e da Google é sinal que não estamos a fazer bom negócio", remata Meredith Artley.
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