Relógio sempre certo durante 15 mil milhões de anos

Investigadores atingem novo recorde de precisão com relógio atómico.

21 de abril de 2015 às 19:50
relógio de bolso, tempo, Foto: Uccia_photography/Getty Images
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Uma equipa de investigadores divulgou esta terça-feira que conseguiu atingir um novo recorde ao garantir que um relógio atómico se mantenha na hora certa, ao segundo, durante 15 mil milhões de anos, mais do que a idade estimada do Universo.

Este novo recorde de precisão mais que triplica os resultados obtidos em 2014, quando foi estabelecido outro recorde (hora certa, ao segundo, durante até 300 milhões de anos), segundo o estudo publicado esta terça-feira na revista científica Nature Communications.

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Recorde de estabilidade

O trabalho agora desenvolvido também atingiu níveis recorde de estabilidade, quase 50%, segundo um comunicado do National Institute of Standards and Technology (NIST), agência do Departamento do Comércio norte-americano. 

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"Este reforço da estabilidade não melhora unicamente a precisão do tempo para um novo nível", afirmou o estudo, explicando também que abre novas possibilidades para que um relógio atómico - instrumento que mede intervalos de tempo, utilizando as vibrações características de certos átomos ou moléculas -, possa substituir, no futuro, a referência atual da mediação do tempo.

A precisão na mediação do tempo tem potenciais impactos sobre o quotidiano diário das pessoas, como, por exemplo, sobre as tecnologias de localização como o GPS. Também apresenta desafios científicos em diferentes áreas de investigação, nomeadamente ao nível da ciência quântica.

Desvio gravitacional

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"Este é um dos pontos fortes da nossa abordagem, no sentido em que o relógio pode funcionar através de uma configuração simples e normal", explicou o investigador Jun Ye, coautor do estudo, citado no comunicado.

Este relógio é capaz de medir as mais ínfimas mudanças da passagem do tempo em diferentes altitudes, um fenómeno gravitacional previsto pelo físico alemão Albert Einstein há cerca de um século, segundo frisaram os investigadores. "O nosso trabalho significa que podemos medir o desvio gravitacional quando erguemos o relógio em dois centímetros da superfície da Terra", concluiu o investigador Jun Ye.

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