Sonda Rosetta aterra esta quarta-feira num cometa
Cientistas vão tentar o encontro do engenho Philae com o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.
Foi em agosto deste ano que a sonda Rosetta, enviada pela Agência Espacial Europeia (em colaboração com a NASA), tentou o primeiro encontro com a superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, que orbita entre a Terra e Júpiter. Como não foi possível, esta terça-feira, à noite, a Agência Espacial Europeia (AEE) irá decidir se realiza de facto a aterragem da sonda no cometa.
A missão, em preparação há dez anos, pretende recolher amostras do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko para que os cientistas possam analisar como se desenvolveu o planeta Terra, assim como os outros planetas do Sistema Solar.
A aterragem do engenho Philae
Não será efetivamente a sonda Rosetta a aterrar, mas sim um dos engenhos que a compõem. O Philae (é assim que se chama) pesa 100 quilos e tem três pernas. Caso a AEE assim decida, será separado da sonda na manhã desta quarta-feira, dia 12, iniciando uma descida de 7 horas até chegar ao cometa. Durante este percurso, vai recolher amostras de poeiras e gases que gravitem em torno do cometa.
Veja o excerto do programa 'Falar Global', da CMTV, sobre a sonda Rosetta
O sucesso da missão da sonda Rosetta está dependente da exatidão nos cálculos do tempo de lançamento, ângulo e velocidade a que será enviado o Philae, uma vez que após a separação da sonda, os cientistas não podem inverter ou alterar a rota do engenho. Há mais uma série de fatores que podem ditar o insucesso da missão da sonda Rosetta, como por exemplo, se a superfície do cometa não for lisa (como se supõe) e estiver cheia de crateras.
"É também uma questão de sorte. Se o Philae aterrar perto de uma rocha de grandes dimensões não podemos fazer nada. É uma das coisas que mais nos preocupa e um factor que não conseguimos controlar", comenta Andrea Accomazzo, diretora de voo da Rosetta.
Veja a entrevista ao diretor do Observatório Astronómico de Lisboa, Rui Agostinho
Se a aterragem correr bem, durante a tarde de quarta-feira, o Philae começará a enviar fotografias e dados para análise. Mesmo que este engenho não aterre em condições, a equipa da AEE vai continuar a estudar o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, que a sonda Rosetta vai seguir de perto até ao final de 2015.
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