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Governo enaltece papel do ISCTE na investigação na área da fibra ótica

Ministro da Economia esteve presente na inauguração de um novo projeto tecnológico da universidade, com um valor de 2,3 milhões de euros.

03 de novembro de 2025 às 15:01

O ministro da Economia e Coesão Territorial enalteceu o trabalho realizado no Instituto Universitário de Lisboa, nomeadamente o centro de investigação na área da fibra ótica com vários núcleos, que poderá "transformar Portugal no centro mundial de telecomunicações óticas".

"O ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa é muito conhecido pelas suas capacidades, pelo conhecimento que tem no ponto de vista das ciências sociais e humanas, mas o ISCTE está a dar passos também na área da tecnologia e é muito bom que assim aconteça", disse esta segunda-feira Castro Almeida.

O ministro falava na inauguração do banco de testes de fibras óticas multinúcleo (Lisbon Underground Multicore Fiber Ring -- LUMIRing) que decorreu no ISCTE, e na estação da Cidade Universitária, na Linha Amarela do Metropolitano de Lisboa, onde o LUMIRing ficou instalado.

O projeto tem o valor de 2,3 milhões de euros, tendo Castro Almeida adiantado que cerca de 600 mil euros vêm da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, do Programa Lisboa 2030, e 900 mil euros da Fundação Calouste Gulbenkian, sendo o restante de verbas próprias do ISCTE.

"Hoje, há cada vez mais pessoas a precisar de fibra ótica e a fibra tem de ser ela própria melhorada. O que o ISCTE está aqui a estudar é a possibilidade (...) de uma fibra ótica ter vários núcleos, o que significa multiplicar por várias vezes a velocidade das comunicações por fibra ótica", disse o governante.

Castro Almeida revelou ter aprendido esta segunda-feira uma nova palavra, dizendo que, além dos gigas e dos teras, há agora o peta, "que é a unidade de medida que está agora (...) a usar nesta experiência".

"Portanto, é muito bom ver a Universidade a investigar, associada a empresas, para poder pôr no mercado novos cabos de fibra ótica, muito mais rápidos do que aqueles que hoje temos", afirmou.

Para o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, este é o momento que junta o "melhor que a Universidade portuguesa tem na área das telecomunicações, com uma empresa de infraestruturas que é o Metro de Lisboa, e a capacidade de criar um 'living lab' em condições reais de operação para aquilo que é o futuro das telecomunicações por fibra ótica".

"As telecomunicações em Portugal são condição necessária para a atração de investimento e as infraestruturas estão a fazer esse investimento em conjunto com a iniciativa privada e agora com o conhecimento, com o talento das Universidades portuguesas", reiterou.

O novo banco de testes vai permitir experimentar, em ambiente urbano real, fibras óticas com quatro e sete núcleos, que prometem multiplicar a capacidade de transmissão de dados e revolucionar as comunicações globais a partir de 2026.

A instalação do cabo iniciou-se em 01 de setembro e os testes operacionais decorrem em 2026.

Instalado ao longo da linha Amarela, entre Odivelas e o Rato, o sistema abrange 26 quilómetros de infraestrutura subterrânea, e terá, para ensaios, mais de 1.900 km de fibra multinúcleo, dos quais 728 quilómetros de fibra multinúcleo do mesmo tipo, tornando-o o mais extenso e tecnicamente avançado do mundo.

A dimensão do "testbed" no Metropolitano de Lisboa será incomparavelmente maior do que as instalações em funcionamento noutras paragens do mundo: uma infraestrutura para ensaios em ambiente real com um cabo de 74 fibras (64 de quatro núcleos e 10 de sete), totalizando 326 canais e 728 km equivalentes de ensaio ao longo do trajeto.

Para Maria Helena Campos, presidente em exercício do Metro de Lisboa, esta colaboração representa "uma oportunidade ímpar para o ensaio de tecnologias de última geração em ambiente urbano real e com dimensão operacional".

"Esta parceria evidencia a capacidade do Metropolitano de Lisboa para atrair projetos de elevado valor científico e tecnológico, projetando a sua imagem no panorama nacional e internacional e fomentando sinergias com instituições académicas e científicas, num quadro de responsabilidade pública e compromisso com o desenvolvimento sustentável", disse Maria Helena Campos.

O Instituto Nacional de Tecnologia de Informação e Comunicação do Japão (NICT) foi o primeiro organismo a assinar protocolo com o ISCTE no projeto de testes de fibra ótica multinúcleo. A agência estatal japonesa é responsável por quebrar, em 2025, o recorde mundial de velocidade de internet usando fibras óticas, atingindo 1,02 petabits por segundo.

Além do grupo alemão Heraeus Covantics, líder global em produtos de quartzo de alta pureza para a produção de fibra ótica, são parceiros no banco de ensaios do ISCTE, o Metropolitano de Lisboa, a Telcabo, empresa portuguesa instaladora do cabo de fibra multinúcleo, e o grupo italiano Tratos Cavi, responsável pelo cabo que envolve as fibras multinúcleo.

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