100% ACTRIZ E APRESENTADORA

Catarina Furtado vai voltar com a ‘Operação Triunfo’, já no próximo domingo. Ao mesmo tempo, continua a carreira de actriz, com a peça ‘Loucos por Amor’, e volta ao cinema, em Novembro, com o filme ‘Maria e as Outras’. Ao fim de nove meses de estação pública, a apresentadora faz o balanço da sua transferência da SIC para a RTP.

26 de setembro de 2003 às 00:00
100% ACTRIZ E APRESENTADORA Foto: Jordi Burch
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Correio da Manhã - No regresso à 'Operação Triunfo' (RTP) vai tentar ser diferente na apresentação?

Catarina Furtado - Não, vou continuar a dizer 'para o palco' com aquela mesma força. Acho graça e é uma muleta de promoção do próprio produto. Nós somos um povo muito tímido e escondemo-nos muito. Gostava que gostássemos mais de espectáculo.

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- E consegue controlar o seu favoritismo pelos concorrentes?

- Claro. Sobretudo tenho um enorme respeito por eles. Arriscaram, foram corajosos e vão aprender. É uma coragem imensa. Não é como estar numa casa, a fumar uns cigarros, a dizer parvoíces e a dar pontapés na gramática.

- As audiências são uma preocupação constante?

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- Para mim nunca são. Deviam ser mas não me lembro das audiências. É uma atitude espontânea. Já era assim. Na televisão privada (SIC) tinha mais esse confronto. É legítimo que as privadas façam tudo - até um certo limite - pelas audiências. Mas agora estou na RTP, que não vive das audiências. Senão faria contra-programação e não o faz.

- É a principal diferença da RTP?

- É a grande diferença. Estreamos a 28 de Setembro e, se aparecer uma manobra do 'Big Brother' e do 'Ídolos' e, todos juntos, forem para a mesma casa, nós não vamos mudar por causa deles (risos). Se calhar ficamos é com umas audiências pequeninas, mas e daí? Aqueles que nos virem sabem que o produto não é gato por lebre e de facto damos o que temos para dar. Mas não há 'voyeurismo'.

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- A RTP faz mesmo serviço público?

- Sim. Serviço público não quer dizer chato, desinteressante, que afasta a malta nova, que agrada aos pseudo-intelectuais... Tem que haver um equilíbrio entre a qualidade, o apelativo, o informativo, o didáctico. Não é fácil fazer uma grelha de serviço público mas, de facto, na RTP há. A RTP está a mudar.

- Depois da transferência da SIC para a RTP, qual o balanço?

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- Muito positivo. Tenho agora a certeza da intuição que tinha, de que ficaria contente e seria bem tratada, no meio de pessoas com o mesmo conceito de serviço público que eu e que acreditam em mim. Não acredito em pessoas individuais em televisão mas no trabalho de equipa. Tem sido maravilhoso.

- Depois do 'Chuva de Estrelas' sucederam-se programas musicais. O que pensa deles?

- Não acompanhava a 'Academia dos Famosos' mas não achei interessante. O 'Ídolos' está a ser bem produzido mas não tem nada a ver com a 'OT'. Por enquanto, nem sequer há concorrência. Na 'OT' não procuramos um ídolo mas cantores que sigam a carreira. O 'Ídolos' funciona, mas não é tão interessante.

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- O regresso ao teatro ('Loucos por Amor') era uma prioridade?

- Precisava de um desafio como actriz. Desde que vim de Londres, todos os anos faço uma peça de teatro. Também fiz um filme do José Sá Caetano que sai em Novembro - 'Maria e as Outras'.

- É mais actriz ou apresentadora?

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Sou 100% actriz e apresentadora. Escrevo letras de canções quando me aparecem, mas não é profissão.

- Gostou da experiência na telenovela 'Ganância'?

- Guardo muito boas memórias.

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- A crítica não foi muito generosa...

- A crítica nunca é muito generosa quando se surpreende.

- E a função, menos vísivel, de embaixadora da Boa Vontade da ONU...

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- Só é menos vísivel neste País. Os meus 'colegas'- Angelina Jolie, Michael Douglas - têm mais acompanhamento dos media. Nós só existimos porque temos visibilidade e os meios de comunicação ouvem-nos. É suposto sermos porta-vozes dos que não têm voz. Agora, além de angariar dinheiro para uma ambulância para São Tomé, estou a pensar editar uma canção, escrita por mim, cuja venda reverte a favor dos meninos de rua de Angola.

- Ainda tem o projecto da 'Shouette', a loja de sapatos (inaugura a 29 de Setembro, no Picoas Plaza)...

- Uma sapataria à minha imagem é um sonho tornado realidade.

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- O que é que um sapato tem que ter para ser bonito e confortável?

- Depois de nos olharem nos olhos, têm que olhar para os pés...

'SOU MUITO NATURAL'

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- Os concorrentes do 'Ídolos' têm-se enganado na letra de 'Solta-se o Beijo', dos Ala dos Namorados. Em vez de 'Chiu', dizem Gil...

- É bom saberem que o autor da canção é o João Gil, a letrista sou eu mas pedi ao gato 'chiu' para não me denunciar. E gato não é uma palavra que tenha a ver com o João...

- O seu casamento com João Gil vai ser um acontecimento público?

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- Já estou vacinada, vivo bem com o facto de ser figura pública mas não falo da minha vida privada.

- Depois de tantos anos de exposição pública, cria-se uma capa?

- Não. É uma forma de estar saudável, é tudo muito natural em mim. Sou 'low profile'.

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- Mas na altura da ida para Londres foi um escape à exposição?

- Exactamente por não querer ser um ídolo (risos)... Sobretudo foi a necessidade enorme de aprender.

- O rótulo de 'namoradinha de Portugal' já caiu?

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- Naquela altura havia poucas caras novas e, quando apareci, foi novidade. Achei sempre que o trono iria mudar e seria substituída.

- Sílvia Alberto é a sua sucessora na SIC?

- Não há sucessores assim e eu não morri, não me matem já. Deixem a Sílvia fazer o percurso dela.

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Aos 31 anos, Catarina Furtado é a mulher dos sete ofícios. Apresentadora, actriz, letrista, embaixadora da Boa Vontade da ONU e, agora, empresária. Depois da estreia em televisão, aos 19 anos, com o 'Top ' (RTP), não mais parou.

Na SIC conquistou o rótulo de 'namoradinha de Portugal', com o 'Chuva de Estrelas', e apresentou vários programas como 'Caça ao Tesouro' ou 'Pequenos e Terríveis'. Depois de uma temporada em Londres, estreou-se em palco em 'Quase' e, no cinema, em 'Pesadelo Cor-de-Rosa'.

De regresso à 'OT' prepara-se para abrir a 'Shouette, uma loja de sapatos, um 'fetiche' de sempre.

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