1,5 milhões viram revelação gay

Vítor Norte não estranha o tema: "Estes casos fazem parte dos dias de hoje. Só houve coragem para os levar para a ficção", diz. Paulo Pinto, no papel de Germano, o companheiro de Aníbal, sublinha que o assunto "não é novo na novela" e acrescenta: "É inevitável abordá-lo. As pessoas estão mais abertas. Não se pode julgar ninguém pela orientação sexual."

Paulo Corte-Real, presidente da ILGA (Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero), diz que a ficção nacional "está muito longe de atingir a maturidade". "Na novela, há uma ou duas personagens, entre dezenas", vinca, sublinhando que os cidadãos "gostam" de serrepresentados na ficção porque "precisam de modelos" para a "construção da sua personalidade". Sabendo que Aníbal e Germano saem doenredo da novela, o presidente de ILGA afirma que, uma vez mais, não se irá ver um casal com "manifestações de afecto, com divergências e problemas". Para António Serzedelo, presidente da Opus Gay, estas questões "estão mais normalizadas e aceites", sobretudo nos meios urbanos. Serzedelo diz ainda que a SIC, também pela ligação à Globo, "tem mostrado alguma abertura" para estas questões.

Em 2010, os ‘Morangos com Açúcar’ causaram polémica quando um beijo entre dois rapazes não foi exibido pela TVI. Também na actual série há uma personagem (Vera) que assume a sua homossexualidade.