Presidente do Conselho Deontológico defende divulgação de interrogatórios a Sócrates

São José Almeida considera que exibição das imagens é "legítima" do ponto de vista jornalístico.

24 de abril de 2018 às 16:19
Sócrates, operação marquês, processo, Ongoing, tvi, jornal nacional, canal, queluz Foto: Ricardo Jr
José Sócrates

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A presidente do Conselho Deontológico (CD) do Sindicato dos Jornalistas, São José Almeida, acredita que a divulgação das imagens dos interrogatórios a José Sócrates e outros arguidos da" Operação Marquês" e do universo GES são "legítimas" do ponto de vista jornalístico, avança o Público.

"As gravações são oficiais e chegaram à mão dos jornalistas. Ainda que haja aspetos que possam suscitar dúvidas por assumirem contornos que raiam o voyeurismo, é inegável que as reportagens divulgaram aspetos do processo de relevante interesse público e são, por isso, legítimas", afirmou a dirigente sindical e também jornalista do Público em declarações ao jornal.

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A jornalista frisa ainda que esta tomada de posição acontece a "título pessoal" e não como "presidente do CD", que ainda não se posicionou sobre esta questão.

"É importante que este debate se faça, mas a obrigação e o compromisso dos jornalistas é com o público e com a sociedade", realçou, acrescentando ainda que "o dever de informar sobrepõem-se sempre para os jornalistas aos direitos de imagem e até a leis como a do segredo de justiça, que nem é o caso nesta situação".

Recorde-se que a ministra da Justiça disse que a divulgação dos vídeos constituía crime e que o Ministério Público (MP) iria agir em conformidade para "reprimir a ilegalidade".

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O MP anunciou posteriormente a abertura de um inquérito, do qual José Sócrates irá tornar-se assistente, de acordo com as suas declarações aos jornalistas durante uma conferência de imprensa.

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