"A Telecinco fará serviço público”
Carlos Pinto Coelho. O jornalista e porta-voz da Telecinco explica que Emídio Rangel não entrou logo no projecto “porque já estava comprometido com o inimigo”. Canal já tem página na internet.
Correio da Manhã – A Telecinco contestou a candidatura da Zon, mas a ERC disse estar tudo bem. A Telecinco vai recorrer?
Carlos Pinto Coelho – Os nossos juristas estão a examinar se há matéria para interpor um recurso ou não. Se considerarem que a infracção que eles alegam é de substância então interporemos, se é uma fracção apenas administrativa ou jurídico-formal, deixamos correr a carroça.
– O investimento da Telecinco é superior a 40 milhões de euros?
–Eu não disse isso, o que disse quando me perguntaram se este projecto era superior ao do Rangel para a Zon (30 milhões) foi: ‘Então o meu é mais caro.’
– Os investidores são portugueses ou luso-angolanos?
–É dinheiro exclusivamente português.
– Mas quem está por trás, o BCP?
– Deixem-nos ganhar o concurso e tudo se saberá no dia.
– Não fala em dinheiros, em investidores, não há uma novidade?
– Dentro de 48 horas está concluído o site da Telecinco- www.telecinco.pt.
– A crise económica no meio não os intimidou/a?
– Com certeza que sim, agora se estamos aqui é porque estamos confiados. Nós não somos inconscientes.
– A Telecinco fará serviço público?
–A Telecinco é, por definição, credora do serviço público porque este quinto canal é um bem público, tem que ser utilizado a cem por cento. O serviço público é transversal. Eu faço serviço público ao relatar bem um jogo de futebol, ao pôr uma boa série para crianças...
– E a sede deste 5.º canal é?
– Na rua Castilho, na produtora da filha do Emídio Rangel. A Ana Sofia foi, desde o início, grande entusiasta do projecto e é uma grande profissional.
– E o Emídio Rangel já lhe ligou? E por que é que ele não entrou logo?
– A mim não ligou. Ele não entrou logo porque já estava comprometido com o inimigo [risos].
PERFIL
Carlos Pinto Coelho. O jornalista de 63 anos saiu da RTP em 2003, onde se celebrizou com o programa ‘Acontece’. Há dez anos que tem um programa de rádio, ‘Agora Acontece’. Foi professor no Politécnico de Tomar e está a escrever um livro.
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