AMORES PROIBIDOS EM VIAGEM PELA ARTE
É a próxima aposta brasileira da SIC. ‘Um Só Coração’ conta a história da cidade de São Paulo, uma mini-série onde não faltarão os amores proibidos, as famílias tradicionais e o amor à arte. A estreia ainda não está marcada, mas a exibição poderá arrancar no Verão.
Com 52 episódios, um elenco de 70 actores e um orçamento de dez milhões de reais, cerca de 2,8 milhões de euros (quase 600 mil contos), ‘Um Só Coração’, uma mini-série de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira, vai assentar arraiais na SIC no início do verão.
Produzida pela Globo, a obra estreou-se a 5 de Janeiro no Brasil e insere-se nas comemorações dos 450 anos da cidade de São Paulo, cruzando histórias reais com personagens fictícias, que têm registado bons resultados de audiências e merecido o aplauso quase unânime da crítica.
A ficção relata 32 anos de história paulista, entre 1922, pouco antes da Semana de Arte Moderna, e 1954, data das comemorações do quarto centenário da cidade. Pelo meio, os protagonistas vão viver duas revoluções e uma guerra mundial.
A História e a Arte são, aliás, o prato forte desta obra de ficção, que conta com os consagrados Ana Paula Arósio e Edson Celulari como protagonistas. A actriz vestirá a pele de Yolanda Penteado, um mulher de forte personalidade, bonita, elegante e independente, mecenas do movimento modernista.
Em ‘Um Só Coração’ Yolanda apaixona-se por Martim, anarquista e estudante de medicina, mas vai enfrentar a oposição da família. Depois de casar com o primo Fernão, Yolanda é traída pelo marido e, num gesto de ousadia para a época, decide separar-se e passar a viver com Ciccílio, um dos homens mais ricos e poderosos de São Paulo, interpretado por Edson Celulari. Homem de vistas largas, é dele a ideia da criação do Museu de Arte Moderna, da Bienal de São Paulo, do Teatro Brasileiro de Comédia e da Companhia Cinematográfica Vera Cruz.
ELENCO DE LUXO
Entre os cerca de 70 actores que integram o elenco de ‘Um Só Coração’ encontram-se alguns bem conhecidos do grande público português. Para lá dos protagonistas Ana Paula Arósio (a Camila de ‘Esperança’) e Edson Celulari (o Jean de ‘Sabor da Paixão’), há nomes incontornáveis da dramaturgia brasileira. Cássia Kiss (a Cecília em ‘Sabor da Paixão’ e Adma em ‘Porto dos Milagres’) veste a pele de Guiomar Penteado, mãe da protagonista. Cássio Gabus Mendes (que deu vida ao jovem D. João VI em ‘Quinto dos Infernos’, mas cuja marca imortal foi a sua personagem de padreco Ricardo em ‘Tieta do Agreste’, que se envolve com a própria tia, encarnada por Betty Faria) será irmão de Yolanda nesta mini-série.
Marcello Anthony (o Sérgio de ‘Mulheres Apaixonadas’) fará de mulherengo, um papel a que o galã já está habituado, enquanto Letícia Sabatella (Latiffa em ‘O Clone’) será uma sedutora reprimida pelo pai.
O elenco conta ainda com a popular Maria Fernanda Cândido (a Nina de ‘Esperança’), bem como Débora Falabella, que tornou real o drama da drogada Mel em ‘O Clone’.
Para lá do elenco fixo, a Globo atraiu para a mini-série, que terminou na semana passada no Brasil, outros ‘monstros sagrados’ da ficção brasileira. Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Eva Wilma, três rainhas da representação, vão fazer uma ‘perninha’ nas gravações, mas deverão surgir apenas no último episódio, quando Yolanda e Ciccílio anunciarem, de comum acordo, a sua separação. Amigos, cada um segue o seu caminho. E Yolanda vai finalmente recuperar o grande amor da sua vida…
AUTORA DE ‘OS MAIAS’
Maria Adelaide Amal, uma das autoras de ‘Um Só Coração’, foi também a responsável por ‘A Casa das Sete Mulheres’, uma série que a SIC exibiu com sucesso no ano passado. É dela igualmente ‘Os Maias’, a adaptação do romance homónimo de Eça de Queiroz. A mini-série está na gaveta do director de programas da SIC, Manuel Fonseca, desde 2003, e a estação promete finalmente exibi-lo na ‘rentrée’ televisiva de Setembro. Do Brasil, porém, ‘Os Maias’ trazem um rasto de fracas audiências. Apesar de aplaudida pela crítica, a produção da Globo não conquistou os brasileiros. “Isso aconteceu, porque o ritmo era lento e a trama ambientada num Portugal muito distante da realidade brasileira, para poder interessar ao grande público. Mas não fizemos concessões: nem eu no texto, nem o Luís Fernando Carvalho na direcção”, disse a autora.
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