Bruxelas pede resistência a pressão de Trump

A influência de Donald Trump sobre as gigantes da tecnologia está a preocupar a Comissão Europeia (CE), podendo colocar em risco a aplicação de leis que regulam as redes sociais, a concorrência digital e a inteligência artificial. Mark Zuckerberg, presidente executivo da Meta (dona do Facebook e do Instagram), pediu recentemente à administração Trump que defendesse as gigantes da Internet norte-americanas contra multas e regulamentações da UE. O mesmo terá acontecido com Elon Musk, da X, Tim Cook, da Apple, e Jeff Bezos, da Amazon. Não é por acaso que estavam todos presentes na tomada de posse do novo presidente.

A CE deve “manter-se firme contra essa pressão no setor das ‘big tech”, disse ontem, em Bruxelas, Christel Schaldemose, membro do Parlamento que ajudou a implementar a Lei dos Serviços Digitais, que agora é utilizada para investigar a X e a Meta. “Se alguém quiser fazer negócios [na UE], tem de cumprir as regras. Ninguém força Zuckerberg a oferecer serviços [na UE]. Se ele não gosta de pagar multas, ele pode começar a garantir que a Meta cumpre”, acrescentou.

Esta terça-feira, a BBC revelou que o Instagram escondia resultados de pesquisas para termos como “democrata” ou “democratas”. O ‘erro’ foi detetado por utilizadores e a empresa de Mark Zuckerberg já reconheceu a situação, apesar de afirmar que se trata apenas de um problema técnico. Isto acontece depois de a Meta decidir eliminar os verificadores de fatos das suas redes sociais, uma decisão que mereceu o elogio de Trump.

O novo Presidente dos EUA também assinou esta segunda-feira uma ordem executiva que ordena a suspensão por 75 dias da aplicação da lei que proíbe a rede social TikTok no país.