Extremistas recebem publicidade do Google
Unilever, La Redoute, Audi e Marks & Spencer retiraram a publicidade dos sites do Google.
Vídeos de extremistas com anúncios de grandes marcas? O cenário parece ficção, mas está a acontecer graças à política de distribuição de publicidade praticada pelo Google, que, depois, paga aos autores da propaganda de ódio (cerca de 3,90 euros por cada mil visualizações). A denúncia surgiu no Reino Unido e levou marcas como a Vodafone, McDonalds, LOréal, Marks & Spencer e Audi, entre muitas outras, a suspender todas as campanhas no Google.
Também em Portugal as marcas foram surpreendidas. "Não estávamos a par de que o Google canaliza a nossa publicidade para conteúdos extremistas", diz ao CM a Unilever, que representa mais de 20 marcas no nosso país (como a Linic, Dove, Skip, Lipton e Knorr). "Consideramos inaceitável que qualquer dos nossos anúncios apareça junto de conteúdos que incitem ao ódio ou explorem a violência", adianta a empresa, acrescentando que está "em contacto com o Google para resolver esta questão o mais rapidamente possível".
Também a Audi já suspendeu os seus anúncios. Ao CM, Moritz Drechsel, diretor de vendas e marketing da construtora automóvel, sublinha "que não aceita campanhas publicitárias em contextos que vão contra os valores da marca". Já Alexandra Farquharson, da Marks & Spencer, revela que, "de forma a salvaguardar a marca", a cadeia "interrompeu a atividade nas plataformas da Google até o assunto estar resolvido". A mesma atitude tomou a La Redoute, diz Dora Sousa. "As nossas campanhas Google encontram-se atualmente suspensas até serem reforçados os filtros de exclusão relacionados com conteúdos religiosos e políticos".
O Google Portugal não respondeu às questões do CM, remetendo para uma declaração do administrador Philipp Schindler. Este pediu desculpa pelo sucedido e garante que a empresa está a desenvolver mecanismos para que as marcas possam controlar em que conteúdos fazem publicidade.
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