Google também ganha com discursos de ódio
Empresa fica com parte do valor pago pelas marcas. Restante é pago a autores de vídeos, alguns deles extremistas.
Os extremistas que têm ganho milhares de euros com a publicidade que a Google coloca nos seus vídeos, não foram os únicos a beneficiar. Isto porque o modelo de negócios da gigante tecnológica passa por uma partilha de receitas entre o criador de conteúdos e o próprio Google.
Ao The Guardian, analistas da internet calculam que a multinacional norte-americana tenha ganho quase 140 mil euros com os anúncios que colocou em vídeos com discursos de ódio de homens como Wagdi Ghoneim, Steven Anderson e David Duke. Estes, em conjunto, terão recebido mais de 295 mil euros.
Após a polémica ser conhecida, a Havas foi das primeiras agências a "suspender a atividade com a Google" no Reino Unido, uma decisão tomada "a pensar nos seus clientes", avança ao CM Yvonne Bond, responsável da empresa que no Reino Unido representa marcas como o Royal Mail, BBC, Dominos, Emirates e Kia.
"Esta situação não é de agora", afirma ao CM Bernardo Rodo, diretor da OMD em Portugal, a agência que mais publicidade online compra no nosso país (segundo dados de investimento da MediaMonitor), sobre o facto de aparecer publicidade em vídeos extremistas no YouTube. Isto porque "a classificação dos conteúdos nestas plataformas é feita pelos próprios utilizadores e pode ter erros que os mecanismos de segurança não conseguem evitar".
A Google já anunciou que está a desenvolver ferramentas para que as marcas possam controlar em que conteúdos fazem publicidade.
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