Interior exige intervenção política para evitar fim dos jornais

Vasp ameaça extinguir rotas de distribuição em oito distritos. Leitores estão apreensivos e exigem intervenção do Estado.

07 de dezembro de 2025 às 01:30
"Não podemos aceitar esta situação", diz Carlos Alberto, 60 anos Foto: Alexandre Salgueiro
António Baltazar defende intervenção do Estado para assegurar jornais no Interior Foto: Alexandre Salgueiro

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A intenção da Vasp de reestruturar as rotas de distribuição de imprensa escrita em oito distritos do interior está a preocupar os leitores de Trás-os-Montes ao Alentejo. A distribuidora alega dificuldades financeiras e ameaça deixar de entregar jornais e revistas em várias localidades de Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja a partir de janeiro. Uma possibilidade que os consumidores locais entendem que vai agravar ainda mais o fosso entre o interior e o litoral.

“Este é um sinal claro da desvalorização do interior que tem de ser corrigido rapidamente”, diz Isabel Ferreira, presidente da Câmara de Bragança, que defende ser “um dever do Estado providenciar o acesso à informação”.

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Também em Freixo-de-Espada-à-Cinta a ameaça da Vasp é vista com apreensão: “esta população precisa dos jornais. Perder o acesso à informação terá consequências muito más para a região”.

“A população destes territórios está cada vez mais abandonada e isolada. Se nos tiram os jornais, tiram-nos uma importante fonte de informação. É a machadada final no interior do país”, diz António Baltazar, residente na Covilhã. Leitor diário de jornais, este beirão pede “uma intervenção das autarquias e do Governo para evitar uma situação que põe em risco a própria democracia”.

Carlos Alberto, covilhanense de 60 anos, acredita que a situação se vai resolver, mas caso contrário, remata, “a população vai ter de se impor e lutar porque esta é uma situação que o interior não pode aceitar”.

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