Jornalismo de investigação “sem medo” é sucesso nos canais de informação
Imagens fortes e inéditas, temas fraturantes, polémicos e vozes de pessoas que viram o seu dia a dia desmoronar-se têm transformado o programa de investigação do canal NOW.
No último domingo, quando foi para o ar com uma investigação sobre a realidade dos restaurantes asiáticos clandestinos em Lisboa, o programa ‘Repórter Sábado’, do canal NOW, obteve uma audiência média de 161 mil telespectadores e 3,8% de share, um recorde ‘pessoal’ que reforça a liderança do formato no horário nobre dos canais de informação e coroa a excelência e a coragem do jornalismo de investigação do canal 9.
No mesmo horário, a SIC Notícias ficou atrás do canal NOW, ao obter apenas 79 100 telespectadores e 1,9% de share, enquanto a CNN obteve cerca de metade da audiência de ‘Repórter Sábado’ e ficou atrás do canal NOW com 88 mil telespectadores e 2,1% de share.
Uma análise mais detalhada dos números de audiência fornecidos pela GfK permite concluir que o ‘Repórter Sábado’ tem conquistado faixas de público que estão cada vez mais afastadas da televisão tradicional: a maioria dos telespectadores do formato são da região Norte e de Lisboa (mais de 65%), com idades entre os 45 e os 64 anos, e mais de 41% pertence às classes A, B e C.
“PAIXÃO E DEDICAÇÃO”
Um sucesso que, para Ana Leal, tem uma razão fundamental: “Abordamos os temas, diversificados, que mexem verdadeiramente com a vida das pessoas. Mesmo aqueles que são fraturantes, que são tabu e que antes não eram feitos. Da saúde à habitação, à imigração, sem medo. Nem mesmo em época de eleições deixámos de o fazer”, explica a jornalista, que é uma das autoras das reportagens. E a motivação é fácil de entender. “Como jornalista não posso ignorar o que está a acontecer, nem posso deixar de denunciar. E tudo isso é feito com profunda paixão e dedicação”, afirma Ana Leal.
Esta posição de coragem é corroborada pelos outros dois repórteres de investigação que integram atualmente a equipa: Cláudia Rosenbusch e Sandro Bettencourt. “Outro fator importante para o jornalismo de investigação é a liberdade. Temos a liberdade de mexer com qualquer assunto, de tocar em qualquer pessoa. Isso é imprescindível para denunciar. Isso e a autonomia financeira. Se fosse freelancer, teria de pensar duas vezes, porque poderia haver processos, poderia ser preciso pagar advogados, custos judiciais, etc.”, lembra Rosenbusch. “Estamos a falar de coragem e oportunidade de fazer um jornalismo independente”, resume, por seu turno, Sandro Bettencourt, que faz ainda questão de apontar o trabalho de equipa como um dos ingredientes para o sucesso. “Estamos em permanente contacto uns com os outros, partilhamos e falamos muito sobre os casos que estamos a desenvolver. Depois, conseguimos oferecer às pessoas imagens de qualidade e que nunca tinham visto sobre as realidades que as afetam, algo que procede diretamente da excelência da equipa de repórteres de imagem que nos acompanham no terreno.
Por tudo isto, ‘Repórter Sábado’ tem dado um contributo fundamental para os resultados cada vez mais expressivos que o NOW alcança desde a fundação, há um ano. De resto, maio será mais um mês de vitórias para o canal da Medialivre: fechará o período com o seu melhor resultado de sempre.
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