“Não há futebol a mais na RTP”

Pivô apresenta, a partir de hoje, o ‘Noites do Euro’, que conta com Marcelo Rebelo de Sousa como comentador

06 de junho de 2008 às 00:00
“Não há futebol a mais na RTP” Foto: António Rilo
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Qual é a estrutura do ‘Noites do Euro’, que começa hoje a apresentar?

Não se trata de um programa autónomo, mas de um espaço na noite informativa da RTPN (integrante do novo jornal das 22h00, que vai até às 24h00). Vive de reportagens e análise. Terá um comentador residente, LuísFreitas Lobo, e prestigiados convidados do mundo do futebol, masnãoapenas,queirão variar dia após dia.

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Por que razão o programa passa no cabo e não em sinal aberto, à semelhança do que sucedeu no Mundial de 2006?

Essa é uma questão que ultrapassa a direcção da RTPN, mas é público que não houve cedência de direitos para, por exemplo e ao contrário do que aconteceu em eventos anteriores, serem transmitidos resumos alargados dos jogos.

O ‘Noites do Euro’ difere muito do ‘Alemanha 2006’, exibido pela RTP 1?

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O ‘Noites do Euro’ será diferente, embora mantendo o essencial do que funcionou em coberturas anteriores. A maior novidade é a apresentação num cenário virtual.

Qual é a vantagem?

A maior vantagem será a de conseguir efeitos visuais mais espectaculares, além da poupança na construção de mais um cenário convencional para utilizar num mês somente. O melhor é esperar pela estreia para ver.

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Luís Freitas Lobo é o comentador residente. Quem o acompanhará? Marcelo Rebelo de Sousa?

Gostaríamos de ter, e farei por isso, as maiores figuras dos últimos anos do futebol português, entre jogadores e técnicos. É o que estamos a tentar. Marcelo Rebelo de Sousa não será um comentador permanente, como há dois anos, mas posso já confirmar que estará pontualmente connosco.

Que meios, técnicos e humanos, são disponibilizados para o ‘Noites do Euro’?

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Os meios normais para um programa de televisão realizado em estúdio e com convidados.Nadaque leve, acredito, a notícias maldosas sobre custos excessivos.

Há ou não ‘futebolização’ da RTP? Há ou não futebol a mais na estação pública?

Não, de todo. Estamos a falar de quê? Dos jogos da Selecção e de uma transmissão, quando há, da Liga dos Campeões? Acho extraordinário que essa questão seja agora muito mais colocada do que em anos anteriores.

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O ‘Liga dos Últimos’, que tem merecido fortes críticas, nomeadamente de António Barreto – recentemente fez, para a RTP, o retrato sociológico do País –, deu origem a várias queixas ao Provedor do Telespectador. A exibição do programa em sinal aberto é uma forma de fazer serviço público?

Um dia, quando se fizer o estudo – mesmo sociológico – de um certo Portugal que hoje desaparece, boa parte da matéria observável estará neste programa.

Qual o canal que melhor Desporto faz?

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Os programas ‘Trio d’Ataque’ e ‘Pontapé de Saída’, cada um no seu estilo, têm sido uma grande marca da RTPN. Gosto da Sport TV pelas transmissões (e pela qualidade da maioria dos narradores), mas tem conteúdos para ser muito mais surpreendente ao nível dos programas.

Como será a grelha da RTPN a partir de Setembro?

Temos já alterações em curso, que arrancaram na segunda-feira, com um reforço substancial da componente informativa, mormente à noite. A RTPN passa a ter, por exemplo, cinco horas consecutivas de informação entre as 21h00 horas e a uma da manhã. Além de que também iniciámos mais cedo (às 9h00) a nossa informação autónoma e reforçámos igualmente o fim da tarde (com informação non-stop entre as 18h00 e as 20h00). No fim do Verão haverá, e isso é a única coisa que posso avançar, grandes novidades, quer ao nível do conteúdo quer da forma.

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Superar a SIC Notícias é a grande meta da RTPN?

Não. A nossa meta é superarmo-nos a nós próprios e já estamos a consegui-lo.

O que distingue o canal da SIC do da RTP?

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Diria que a variedade de conteúdos é maior na RTPN. E a capacidade de ser laboratório de alguns programas de sucesso, entretanto aproveitados em outros canais do universo RTP, de revelar novos protagonistas, em particular, o que é relevante, aqueles que existem noutros espaços geográficos que não os da capital. Mas tenho muito respeito por quem faz a SIC Notícias, de cujo nascimento participei.

Como analisa as críticas da SIC à RTP relativamente aos jornais, falando, inclusive, em plágio?

Não me parecem justas nem sensatas.

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O ONZE-TIPO DO JORNALISTA

'PETIT É A MAIOR DÚVIDA'

Carlos Daniel acredita, desde 1996, que Portugal pode sempre ser campeão. 'Mas confesso que estou menos optimista que há dois ou quatro anos', afirma o jornalista. E se o director adjunto de programas da RTPN fosse seleccionador, que onze-tipo escolheria para o Euro? 'Quim; Bosingwa, Ricardo Carvalho, Pepe, Paulo Ferreira (já que não há Caneira); Veloso (ou Petit – é a minha maior dúvida), Moutinho e Deco; Cristiano Ronaldo, Nuno Gomes e Simão'.

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PERFIL

DIRECTOR E PIVÔ

Carlos Daniel, 38 anos, é actualmente director adjunto da RTPN. Natural de Paredes, entrou na RTP em 1991. Passou pela SIC e voltou à estação pública, onde tem vindo a apresentar o ‘Jornal da Tarde’ e ‘Trio d’Ataque’. Conduziu o ‘Alemanha 2006’, moderou o ‘Debate da Nação’ e vai agora estar aos comandos de ‘Noites do Euro’. Em Outubro arrancará com o ‘Navegadores.pt’, na RTP Internacional, que vai dar a conhecer portugueses de sucesso.

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