Negócio da Impresa fechado dois anos depois

As conversações começaram em 2023, pelas mãos do administrador António Horta Osório, mas foi nos últimos dois meses, já com o Pedro Barreto como figura chave, que o negócio avançou decisivamente. Depois de colocadas todas as possibilidades em cima da mesa (chegou a falar-se que poderia estar em causa a aquisição de uma posição maioritária), e face à necessidade urgente da Impresa equilibrar as suas contas, a família Balsemão chegou esta semana defintivamente a acordo com a Media For Europe (MFE), liderada por Pier Silvio Berlusconi, para a entrada dos italianos no capital da dina da SIC e do ‘Expresso’. A MFE – que já está presente também em Espanha, Alemanha, Áustria, Suíça. torna-se o segundo maior acionista com 32,9% após um aumento de capital de 17,325 milhões de euros, mas o controlo do grupo continuará com a Impreger, que detém 33,7% e cuja acionista maioritária é a Balseger, por sua vez detida em partes iguais pelos cinco filhos de Francisco Pinto Balsemão.

A expetativa agora é que a operação se concretize no prazo de 45 a 60 dias, mas falta ainda dar vários passos: o aumento de capital da Impresa terá de ser aprovado — será marcada uma assembleia geral para dar poderes ao conselho de administração para deliberar e realizar o aumento de capital –, a banca terá de confirmar que a celebração do acordo não determina o acionamento de cláusulas de resolução ou de vencimento antecipado em contratos de financiamento e a CMVM terá também de confirmar que esta participação, e o acordo parassocial associado, não implica a obrigatoriedade de lançar uma oferta publica de aquisição (OPA) sobre a totalidade das ações do grupo, o que, apurou o CM, é pouco provável que aconteça. Recorde-se que o restante capital da Impresa está disperso por pequenos acionistas, sendo que alguns estarão agora descontentes por não lhes ter sido dada a oportunidade de participarem no aumento de capital.