Presidente tenta silenciar os media
O ‘Presidente’ (Nicolau Breyner) não podia estar mais irritado com o lançamento do livro ‘Eu, Sofia’. Durante uma chamada telefónica, com uma “grande besta”, o ‘Presidente’ lembra ao ‘jornalista’ com quem fala, que lhe “deve favores”.
Ontem, ao 17.º dia de filmagens de ‘Corrupção’, uma biblioteca de Lisboa, foi o plateau escolhido para ser o escritório do ‘Advogado do Presidente’ (André Gomes). E porque a ficção tem destas coisas, da parte da manhã, ‘Sofia’ (Margarida Vila-Nova) e o ‘Presidente’ ainda estavam juntos e felizes. Já da parte da tarde... o protagonista da longa-metragem de João Botelho, não queria, nem ouvir falar da sua ‘ex’, que acabara de lançar um livro contando histórias vividas por ambos.
Ouvem-se uns tacões a bater fortemente no chão e, de rompante, entra ‘Sofia’, esbaforida, no escritório do ‘Advogado do Presidente’. Ela diz que a agressão ao ‘Deputado Espancado’ já está e correu bem. Ele informa-a do contrário, pois o “homem” até já deu entrevistas à televisão. “Corta e copia”, grita o cineasta, que acrescenta: “O André pode mudar de roupa.”
André muda de fato, sai Margarida, entra Nicolau Breyner. O cenário mantém-se. É hora do ‘Presidente’ telefonar a um ‘jornalista’, na tentativa de silenciar os media. Nicolau Breyner representa na perfeição uma pessoa em profundo estado de nervos. Fulo, irritado e com sede de vingança, assim está o ‘Presidente’, que agarra no telemóvel, e finge o dito telefonema. Do outro lado da linha está “uma grande besta”, pronta a ser desancada. O ‘Advogado’, perante o sucedido, fica perplexo e não ousa sequer abrir a boca.
O relógio marcava 14h30. Depois de uma pausa para o almoço, onde se trocam ideias sobre as filmagens, é hora de voltar ao interior da biblioteca, para filmar a continuação da cena anterior. O ‘Advogado’ e o ‘Presidente’ falam sobre o lançamento do livro ‘Eu, Sofia’, esta última, uma cena que ainda não foi filmada pela equipa de ‘Corrupção’.
O ‘Advogado’, que acha que ‘Sofia’ teve alguém por trás dela ao conceber o livro, aconselha o ‘Presidente’: “Contra-ataque!” Já o ‘Presidente’ acha que a sua ‘ex’ está armada em ‘femme fatale’, expressão, aliás, que o seu advogado desconhece.
Ao saírem do escritório, são confrontados com os ‘jornalistas’. O ‘Presidente’ aproveita para desvalorizar ‘Sofia’, que “não merece comentários”.
Uma biblioteca da capital foi escolhida para cenário do escritório do ‘Advogado do Presidente’, onde ontem foram filmadas as cenas.
BOLAS DE TÉNIS PROTECTORAS
Para quem pensa que as bolas de ténis apenas servem para jogar e para brincar... a equipa de produção da longa-metragem de João Botelho, faz questão de mostrar o contrário. Ontem, várias bolas de ténis, com um golpe em forma de ‘x’, foram colocadas nos pés dos tripés do material de iluminação.
O objectivo era um só: proteger o chão de madeira, que não se podia riscar, da biblioteca que serviu de cenário ao escritório do ‘Advogado do Presidente’. É tudo uma questão de imaginação.
HÁ 37 ANOS A FAZER DUPLOS
Atílio Silva é o dono da Charlot Filmes, a empresa que aluga as armas de fogo, usadas no filme ‘Corrupção’ e que faz os duplos tanto da agressão ao ‘Deputado espancado’, como o atropelamento de ‘Sofia’. Aprendeu a fazer duplos na Austrália e, “depois de muitas lesões e de 37 anos a fazer duplos”, como o próprio nos conta, Atílio Silva passou a paixão pelos duplos ao filho, Sérgio, com quem trabalha.
O ‘Presidente’ reúne com a restante comitiva, para discutir o ‘envelope chinês’. Aproveita ainda para falar sobre lavagem de dinheiro com o ‘Advogado’, ‘vice-presidente’ e ‘Empresário’.
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