Programa da SIC alvo de processo

Júlia Pinheiro, Hernâni Carvalho e Carlos Anjos foram acusados de crimes de publicidade e calúnia por terem comentado, no extinto programa da SIC ‘Querida Júlia’, o caso da inspetora da PJ Ana Saltão, que alegadamente terá assassinado a tiro a avó do marido, em Coimbra, em novembro de 2012. O processo está no Tribunal da Maia e Ana Saltão pede uma indemnização de 50 mil euros à apresentadora e aos dois comentadores.

Em causa estão os programas de 28 e 29 de novembro e de 5 de dezembro de 2012. Na altura, a inspetora tinha sido detida por ser a principal suspeita do crime. Refere o processo, a que o CM teve acesso, que Ana Saltão assistiu aos três programas em direto, na cadeia de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos, e que, depois disso, começou a ser ameaçada pelas reclusas, que a chamavam de "assassina". Desde essa altura, e até sair em liberdade, em maio de 2013 (está com apresentações mensais no Ministério Público da Maia), passou a estar isolada e foi sempre protegida por guardas prisionais. "Sentiu-se chocadíssima, enxovalhada, humilhada e envergonhada", diz a acusação. Após sair da cadeia, teve de cortar e mudar a cor do cabelo.

Contactado pelo CM, Carlos Anjos reage ao processo. "Foi com bastante surpresa que fui notificado. É a primeira vez que isto me acontece. O que comentamos foi confirmado na acusação de homicídio", disse. "Limitámo-nos a comentar um comunicado realizado pela PJ", frisou Hernâni Carvalho. Júlia Pinheiro não esteve contactável.