Redes sociais 'vendem' notícias

Sem jornais não haveria tantas pessoas a usar o Facebook e sem os leitores e telespectadores não surgiriam tantas notícias. Esta é uma das conclusões do estudo ‘Modelos de Negócio e Comunicação Social’, da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, que foi apresentado ontem no Porto.

"Sem jornais não haveria Facebook a ser usado por tantas pessoas porque o Facebook utiliza links para notícias do Correio da Manhã, por exemplo. E é com isso que elas expressam as suas opiniões", explicou Gustavo Cardoso, autor do estudo. A utilização das redes sociais neste meio pode ter viabilidade económica, mas há que ter critérios. "A última palavra que garante um certo tipo de qualidade de informação é a do jornalista. Por exemplo, quando vemos imagens da Síria, parte vem do Estado Islâmico ou de quem partilha. São autênticas ou não? Os jornalistas têm de ver isso", elucidou.

No mesmo debate, o presidente da ERC, Carlos Magno, disse que "não haverá uma campanha [eleitoral] séria se não discutirmos a comunicação social em Portugal" e falou na necessidade de rever a lei eleitoral. "O papel do regulador tem de ser discreto e vamos assistir aqui discretamente", garantiu.

Rui Rio lança forte ataque ao jornalismo

Presente no debate promovido pela ERC, Rui Rio lançou um forte ataque aos media, afirmando que "há muito fraco sentido de Estado da Comunicação Social". O antigo presidente da Câmara do Porto considerou ainda que o que é "fútil" e "fora do comum" é o que hoje em dia toma conta do panorama informativo e que os jornalistas  são verdadeiros "devoradores" de "fardos de palha". O político foi mais longe, afirmando que "há demasiadas notícias deturpadas, sem verdade, rigor, isenção e independência", acrescentando que o objetivo é "pôr cá fora o que dá lucro, vende e dá menos prejuízo".

Clique para aceder à rubrica com a opinião de Octávio Ribeiro, diretor do CM, sobre este tema: Um contabilista