RTP garante presença na Eurovisão apesar de boicote de dezassete artistas portugueses

Cinco países europeus já se retiraram da competição. Cristina Branco, Bateu Matou, Djoje e Rita Dias já anunciaram que não vão a Viena caso vençam.

12 de dezembro de 2025 às 01:30
Festival Eurovisão da Canção 2025 Foto: Direitos Reservados
Bandeira da Palestina exibida no Festival Eurovisão da Canção 2025 Foto: Direitos Reservados
Cristina Branco Foto: DR

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Dezassete artistas portugueses, entre músicos e intérpretes, anunciaram que, caso vençam o Festival da Canção, não irão representar Portugal no Festival Eurovisão da Canção 2026, em protesto contra a participação de Israel. Entre os signatários estão nomes como Cristina Branco, Bateu Matou, Rita Dias e Djodje, que em comunicado afirmam não poder “compactuar com a violação dos direitos humanos”  diariamente perpetrada na fixa de Gaza.

Esta tomada de posição surge em repercussão ao boicote anunciado por outros países europeus à próxima edição do festival - que será a 70ª está marcada para maio de 2026, em Viena, Áustria. Espanha, Países Baixos, Irlanda e Eslovénia foram os primeiros a retirar-se em sinal de protesto e, esta quarta-feira, 10 de dezembro, foi a vez da Islândia juntar-se ao grupo de ausentes. A decisão foi comunicada pela emissora pública islandesa RÚV, que argumentou que, nas atuais circunstâncias, a presença do país no festival "não traria nem alegria nem paz ao povo islandês". 

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Em Portugal, a RTP optou por manter-se no concurso, sendo este boicote apenas representantivo de uma parte dos concorrentes, que lamentam que a estação pública tenha votado a favor da participação de Israel, na assembleia-geral da União Europeia de Radiodifusão, realizada no passado dia 4. 

"Com palavras e com canções, agimos dentro da possibildiade que nos é dada (...) Apesar da proibição de participação da Rússia na edição de 2022 na Eurovisão, por motivos políticos (a invasão da Ucrânia), foi com espanto que constatámos que não foi dado o mesmo destino a Israel, que está, segundo a ONU, a cometer atos de genocídio contra os palestinianos em Gaza", escreveram os artistas. 

A carta aberta é assinada igualmente por Beatriz Bronze (Evaya), Francisco Fontes, Gonçalo Gomes, Inês Sousa, Jorge Gonçalves (Jacaréu), Marquise, Nunca Mates o Mandarim, Pedro Fernandes e Rita Dias.

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Antes dos músicos, os trabalhadores da RTP já se tinham manifestaram contra a participação portuguesa e há, ainda, uma petição, criada a 5 de dezembro a pedir a "retirada imediata" da Eurovisão da Canção devido à presença de Israel que já conta com quase 25 mil assinaturas. 

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