“Sou especialista em lutas, murros, estalos e quedas”

Aos 18 anos foi para os Estados Unidos estudar e aprendeu a lutar em palco. Em Portugal protagonizou a primeira série on-line. É a Inês da novela ‘Podia Acabar o Mundo’, na SIC.

30 de janeiro de 2009 às 00:00
“Sou especialista em lutas, murros, estalos e quedas” Foto: Mariline Alves
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A Maria tem 24 anos e, aos 18, foi estudar para os Estados Unidos. Gostou?

Desde pequenina que queria ser actriz, fazer televisão e teatro. Aos 18 anos fui sozinha para Nova Iorque para fazer o Conservatório. Fui a algumas audições até que recebi uma resposta afirmativa. Estive lá três anos, um dos quais em Nova Iorque. Depois, recebi um convite para acabar o curso em Los Angeles.

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Que trabalhos fez nos Estados Unidos?

Trabalhei como actriz e como bailarina. Também dei aulas de teatro a crianças dos três aos seis anos. Fiz várias peças com a escola que estreavam em teatros locais e, também, alguns filmes independentes.

No cinema, chegou a ser protagonista?

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Fui, em curtas-metragens.

Já tinha formação em ballet?

Não, mas o Conservatório americano tinha dança.

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O curso incluía luta? De que género?

Aprendi a manejar armas para lutar em palco. E também a dar murros, estalos e quedas. Sou especialista em lutas. E tenho uma especialização em lutas com espadas, espadachim e punhal e em espadas medieviais. Sou uma mulher de armas (risos)!

Todos os alunos tinham essa especialização?

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Sim, nós tínhamos essas aulas e, depois, alguns de nós eram escolhidos para fazer essa especialização com a Sociedade de Directores e Lutadores Americanos. Sou certificada por eles.

Ainda não teve oportunidade de manejar espadas nalgum papel?

Ainda não. Manejei uma espingarda nesta novela, nos primeiros episódios, quando descobri que o meu namorado, Zé, estava morto. Pensei que o culpado era o Geraldo (Gonçalo Diniz) [irmão da sua personagem, Inês, em ‘Podia Acabar o Mundo’, na SIC] e fui a casa buscar a arma para o ameaçar.

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Gostava de praticar luta na vida real?

Não, só na ficção.

O que é que fez na representação até aos 18 anos?

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Tive uma infância normal, com peças na escola, onde queria sempre entrar.

Estreou-se no Teatro Nacional D. Maria II?

Sim. Numa peça de comemoração dos 50 anos da escola onde estudava. Recitei alguns poemas. Era pequenina e lembro-me de achar o teatro muito grande e de ter de andar bastante até ao centro do palco! Nunca mais o pisei, mas colegas meus já me disseram que não é assim tão grande.

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Ambiciona voltar ao teatro?

Gostava muito de fazer teatro em Portugal.

Este papel como Inês em ‘Podia Acabar o Mundo’ é o seu primeiro trabalho em televisão?

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Sim.

Como tem sido interpretar esta personagem?

Tem sido muito divertido, pois sou totalmente o oposto dela. Sou muito calma e serena.

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Têm algumas parecenças?

Tenho uma família numerosa, parecida com a da Inês. Somos seis irmãos e sempre fui a mais calminha. Poder estar numa família grande como a minha e ser a rebelde tem sido muito divertido e tem-me dado a oportunidade de fazer coisas que não faço normalmente.

O papel que a tornou conhecida em Portugal, como Paty, na primeira novela online em Portugal, ‘T2 para 3’, foi o seu primeiro trabalho depois de regressar dos Estados Unidos?

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Foi. Andei aí um bocadinho perdida, porque só conhecia produtoras norte-americanas. Quem me orientou foi a minha agência, Box. E fui cair de pára-quedas no ‘T2’, onde acabei por ficar com a personagem Patrícia. Passados alguns meses, fiz o casting da Inês e, graças a Deus, fiquei.

Sentiu a diferença entre fazer ‘T2 para 3’ e a novela?

Senti. Em ‘T2 para 3’ éramos três protagonistas e só gravávamos duas vezes por semana. Aqui, o ritmo é mais acelerado e alucinante. Gravo de segunda a sexta e contracenar com grandes nomes da nossa televisão é uma honra.

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Com reage o público?

Já muita gente me aborda. É engraçado quando me falam como se eu fosse a Inês.

A NOVELA

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'Fiquei assustada'

Como é interpretar a Inês desde que ela descobriu ter cancro?

É algo angustiante, como é normal, até pela grande carga social que isso acarreta.

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Custa-lhe ver a imagem de doente que perde cabelo e usa lenço na cabeça?

Foi um bocadinho assustador quando vi a minha caracterização. O meu maior apoio é o Raimundo (Paulo Azevedo), que me faz acreditar que vencerei a doença.

Como foi a primeira cena de beijos com o Paulo Azevedo?

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Foi muito natural beijar o Paulo, ainda mais que já somos amigos.

A família da Inês rejeita que ela namore um rapaz pobre e com deficiências físicas?

A princípio, a família estranha um pouco, mas habitua-se, por ele a apoiar tanto.

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Agrada-lhe este papel?

Sim. É muito frontal e ajuda a desmistificar muitas coisas, como a forma de enfrentar a doença.

PERFIL

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Maria Botelho Moniz nasceu em Lisboa há 24 anos e é neta do major Jorge Botelho Moniz, fundador do Rádio Clube Português. A actriz tem cinco irmãos. Aos 18 anos foi viver sozinha para os EUA, onde ingressou no Conservatório de Teatro da American Musical and Dramatic Academy, em Nova Iorque. Concluiu o curso em Los Angeles. Em Portugal estreou-se na série on-line ‘T2 para 3’.

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