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Impresa admite vender títulos

Sindicato dos Jornalistas pede reunião urgente com presidente do grupo de comunicação.

23 de agosto de 2017 às 20:32

A Impresa, dona da SIC, Expresso e Visão, admitiu esta quarta-feira vender títulos, no âmbito de um "reposicionamento estratégico" da sua atividade, que passa por um "enfoque primordialmente nas componentes do audiovisual e do digital".

Após reuniões de elementos das direções com trabalhadores de vários títulos, o presidente executivo do grupo de comunicação social, Francisco Pedro Balsemão, enviou uma mensagem indicando que tendo em conta o Plano Estratégico para o triénio 2017-2019, a "IMPRESA procederá a um reposicionamento estratégico da sua atividade".

Segundo o dirigente, as alterações vão implicar uma "redução da sua exposição ao setor das revistas e um enfoque primordialmente nas componentes do audiovisual e do digital".

"Nesse sentido, [a Impresa] iniciou um processo formal de avaliação do seu portfolio e respetivos títulos, que poderá implicar a alienação de ativos. A prioridade passa por continuar a melhorar a situação financeira do grupo, assegurando a sua sustentabilidade económica, e logo a sua independência editorial", concluiu na mesma nota.

Contactado pela Lusa, um elemento da Comissão de Trabalhadores informou não ter tido até agora qualquer contacto direto com a administração, mas assegurou que a CT vai pedir uma "reunião urgente" para esclarecer a situação.

Durante esta tarde foi transmitido a vários trabalhadores que Expresso e SIC deverão manter-se no grupo e que outros títulos podem ser vendidos ou encerrados, de acordo com fontes das redações.

O grupo Impresa fechou o segundo trimestre deste ano com um lucro de 2,8 milhões de euros, uma queda de 22,5% face aos 3,6 milhões de euros registados em igual período de 2016.

"Este trimestre já colhemos frutos da implementação do nosso plano estratégico", referiu, na altura, Francisco Pedro Balsemão, destacando haver "indicadores operacionais positivos que demonstram" o caminho certo da empresa.

No início de março, Francisco Pedro Balsemão disse à Lusa estar confiante na concretização do Plano Estratégico, que apesar de "ambicioso, é exequível e realista".

O Plano Estratégico prevê, entre outras metas, melhorar a rentabilidade da SIC, aumentar as receitas digitais do grupo e acelerar a expansão internacional, admitindo também repensar as atividades que não tenham um contributo estratégico para o grupo.

A 21 de julho, a Impresa anunciou a decisão de "interromper o processo de emissão de obrigações", devido a "alterações recentes" nos media, com o presidente executivo a afirmar que o grupo vai acompanhar "com atenção e dinamismo a evolução do mercado".

Em 03 de julho, a Impresa anunciou o lançamento de uma oferta de subscrição de obrigações, a cinco anos, dirigida a investidores qualificados e cujo valor poderia chegar aos 35 milhões de euros.

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