A edição de hoje
Angolano confirma estar por trás do misterioso fundo das Bahamas.
Era o maior mistério do setor da comunicação social nos últimos anos, mas está agora (parcialmente) desfeito. Álvaro Sobrinho, o banqueiro luso-angolano acusado de ter roubado milhões de euros ao BES Angola, é um dos acionistas do World Opportunity Fund (WOF), fundo que controlou o Global Media Group - que, na altura, além do ‘DN’, que continua na esfera do grupo, detinha também o ‘JN’, a TSF e ‘O Jogo’, entre outros títulos.
O próprio Álvaro Sobrinho confirmou a informação à SIC e ao ‘Expresso’ no âmbito de um trabalho de investigação jornalística ontem divulgado. O empresário, acusado por crimes de abuso de confiança e burla qualificada num processo sobre o BESA (suspeito de se ter apropriado de centenas de milhões de euros entre 2007 e julho de 2014), explicou que dois representantes da GMG, Luís Bernardo e José Paulo Fafe, o terão contactado para ajudar a resolver as dificuldades de liquidez do grupo. Inicialmente, Sobrinho terá dito que não, mas, depois, abriu a porta do WOF ao consultor de comunicação e ao antigo jornalista, que entretanto se tornou presidente da administração da GMG - demitiu-se em janeiro de 2024, após quatro meses em funções marcados por salários em atraso e despedimentos.
Recorde-se que, em setembro de 2023, o WOF adquiriu uma participação de 51% na empresa Páginas Civilizadas, do empresário Marco Galinha (que entretanto recuperou o total controlo da sociedade), proprietária direta da Global Media, ficando com 25,628% de participação social e dos direitos de voto na GMG. Os donos do fundo, no entanto, nunca foram divulgados, levando a Entidade Reguladora para a Comunicação Social, numa decisão inédita, a abrir uma investigação que levou à suspensão dos direitos de voto e patrimoniais do WOF na Global Media. O WOF, que terá entre um e 50 acionistas, é administrado por uma companhia de gestão de fortunas na Suíça, a UCAP, e foi registado em 2016 nas Bahamas.
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