Numa declaração política no Parlamento, a deputada bloquista afirmou ainda que a RTP está actualmente "sujeita a controlo político" devido a um "memorando interno de 06 de Novembro" que retira "autoridade e independência absoluta" à direcção de informação para "decidir que notícias são colocadas no ar".
"Ficámos a saber que a direcção de informação do serviço público de rádio e televisão deixou de ser independente e que existe um clima persecutório contra quem não favorece a tutela política", afirmou Catarina Martins, numa referência à audição do ex-director do canal público, Nuno Santos.
No Parlamento, Nuno Santos revelou que o conselho de administração da RTP emitiu uma ordem de serviço interna em que, "sob a capa de controlo de custos", obriga todos os responsáveis por cargos de direcção na empresa a obter da administração uma autorização para a aquisição de conteúdos, sob pena de qualquer despesa não autorizada ser passível de procedimento disciplinar.
Para a deputada bloquista, "a gravidade extrema desta situação não pode ser ignorada, sob pena de aceitarmos e neutralizarmos toda e qualquer limitação à democracia e liberdade de imprensa".
"Ficou hoje claro que quem não agradar ao ministro Relvas, leva", referiu.
A intervenção crítica de Catarina Martins foi secundada por PS e PCP, mas os partidos da maioria (PSD e CDS) acusaram-na de "dar eco a acusações levianas" e de "tentar politizar ‘fait divers'".