No Brasil, a revista “Playboy” vai sempre fechada para a banca.
Assim, não há olhares indiscretos e quem quiser folheá-la para ver mais - muito mais! - vai ter que comprá-la. A capa exibe “apenas” uma foto, da personalidade seleccionada naquele mês, que, de forma(s) muito apelativa(s) - e apesar de não mostrar um nu integral -, dá já um “cheirinho” da bombástica produção fotográfica que poderá ser encontrada nas páginas centrais. Aí, a estrela despe-se de preconceitos (e não só!) e, em poses mais ou menos eróticas, mais ou menos sensuais, mostra--se tal como veio ao mundo.
A revista vende-se por cá. Mas, se perguntássemos a um português qual o teor da publicação, a resposta seria difícil: “Pornográfica!” A “Playboy” tem vários conteúdos, entrevistas diversificadas e muito interessantes e sempre se assumiu como uma revista de life-style. Mas não há quem não a rotule de pornográfica ou se lembre automaticamente das famosas coelhinhas de Hugh Hefnner, perpetuadas pela “Playboy” americana. Como nos confirma a modelo e actriz portuguesa Maria João Bastos (a Amália de “O Clone” e a Rita da novíssima “Sabor a Paixão,” ainda em filmagens), que foi notícia e primeira página de vários jornais e revistas brasileiras por recusar o convite da “Playboy” (brasileira): “É um pouco pornográfica. É sempre um nu para homens…”, resume a actriz.
Mais ou menos pornográfica, o facto é que a lista de artistas brasileiras que já cederam aos milhares (de contos) que acenam da “Playboy” é extensa e fértil em nomes conhecidos. Actrizes de telenovelas… são mais do que muitas! O mundo já se “lambuzou” com as poses apetecíveis de Deborah Secco, Alessandra Negrini, Paloma Duarte, Nívea Stellman, Vera Fischer, Maitê Proença, Ângela Vieira, Danielle Winits, Bruna Lombardi ou Luma de Oliveira, entre muitas, muitas outras. A apresentadora e cantora Xuxa, a rainha da pequenada, já reinou nuazinha aos olhos dos graúdos.
A Feiticeira Joana Prado e a Tiazinha Suzana Alves já repetiram a dose de fotografias mais do que uma vez. A ex-namorada de Ayrton Senna, Adriane Galisteu, a “ex” de Mick Jagger, Luciana Jimenez, e Karen Ribeiro (sim, a (ex-mulher do jogador de futebol Mário Jardel!) também não se inibiram de mostrar os seus dotes mais escondidos.
Mas se umas se pelam por aparecer em pêlo, outras soltam um certeiro “não” quando lhes pedem para se despir. As actrizes Sílvia Pfeiffer, Fernanda Cândido ou a belíssima Giovanna Antonelli (a Jade de “O Clone”) não constam da lista de fotografadas. E, se a revista que deixa os homens do planeta de olhos em bico até já convenceu as mais “difíceis” e renitentes artistas brasileiras para a capa, num convite à primeira mulher não-brasileira, a resposta foi peremptória: “Não!”
A nossa portuguesa Maria João Bastos destruiu corações à sua passagem pela novela “O Clone”, a tal ponto que já a convidaram para voltar a rodar mais uma novela da Globo, “Sabor a Paixão”. Já pelo convite da “Playboy”, para posar nua por uma choruda maquia e figurar na capa de Abril deste ano, a manequim e actriz não se deixou seduzir. Juliana Paes, umas das mais recentes sex-symbols do Brasil (a Karla de “O Clone”) foi outra das que se recusou. Apesar de aceder a posar para a rubrica Mulheres que Amamos, em Março passado, negou tirar a roupa e aparecer nua. Mas ela é também a primeira a reconhecer o prestígio do convite. “No Brasil, a “Playboy” acaba dando “status” à mulher, em vez de denegrir porque convida sempre pessoas muito bonitas e toda a mulher que recebe o convite sente-se superlisonjeada”, confirma.
Um “não” à portuguesa
Nos primeiros meses do ano a Amália de “O Clone” estava a ter tal sucesso entre os brasileiros que a brasileiríssima “Playboy” resolveu tomar uma atitude inédita até então: convidar uma personalidade estrangeira a posar para a capa da revista. À “nossa” Maria João Bastos caberia a honra de abrir uma nova página de um historial com quase 28 anos e ela seria a primeira não brasileira a figurar na capa e nas páginas centrais da revista que encanta milhões de brasileiros. Mas Maria João deu um redondo “Não!” à “Playboy”. Ou melhor, “arredondado”, já que, pelas próprias palavras da actriz, “fiquei umas boas noites sem dormir” a pensar na resposta a dar.
Entre risos, a portuguesa recorda o “difícil” processo de decisão. “Claro que eu sabia que me seguiria pelas minhas convicções, mas tive que parar para pensar”, esclarece. Pediu opiniões, sondou, perguntou e quase todas as vozes eram unânimes. O único mais reservado e contido que considerou que ela deveria sempre seguir as suas convicções e fazer o que ela achasse melhor para ela foi, curiosamente, Reginaldo Faria (Leonidas, em “O Clone”). “Já os mais jovens do elenco da novela… fizeram uma grande festa e só diziam que era um disparate não aceitar, que era óptimo, que tinha que posar…”, recorda, divertida.
A própria Vera Fischer, que já posou para a revista mais do que uma vez, foi uma das primeiras a incentivá-la. “Ela é muito desprendida”, justifica a actriz portuguesa. O que não é de estranhar. Comentários como os de Vera Fischer, do tipo “é normal”, “não custa nada”, “é muito bom”, são reveladores da forma como a revista Playboy é encarada no Brasil. E Maria João Bastos confirma: “Aqui em Portugal não percebem muito bem mas lá no Brasil este convite é um enorme prestígio e só as grandes personalidades brasileiras aparecem na revista. É muito diferente!”
Maria João Bastos não aceitou. Se tivesse cedido à enorme “tentação”, hoje, além da primeira portuguesa com honras de Playboy, no Brasil, teria uma vida, certamente, bastante diferente. Sem querer, naturalmente, ser muito reveladora sobre a exorbitante quantia que lhe terão oferecido para posar nua na “Playboy”, Maria João relembra, divertida, o que “perdeu”: “Hoje poderia ter uma boa casa em Lisboa, um bom carro, divertir-me e ter uma vida confortável durante algum tempo (risos)…” E, mesmo sem saber exactamente os muitos milhares de dólares de que ela fala (a própria “Playboy” não quis revelar o cachet proposto à actriz), não duvidamos…
PORTUGUESES TÍMIDOS
Recentemente, 12 portugueses famosos aceitaram mostrar o seu corpo para um dos jornais de referência nacional - o “Expresso”. Ou melhor, “pedaços” do seu corpo. Clara Pinto Correia, uma das convidadas desta sessão fotográfica assinada por Rui Ochôa, mostra-se sem pudores apenas com as partes - (eventualmente) mais susceptíveis de chocarem - escondidas por uma pilha de livros; Maria Elisa Domingues revela as costas e deixa adivinhar um dos seios; o cantor Jorge Palma e o toureiro Pedrito de Portugal, mais audazes, desvendam-se quase por completo. Mas, na verdade, ninguém se despe na íntegra.
O QUE DIZEM AS BRASILEIRAS SOBRE A “PLAYBOY”
Adriane Galisteu - “Posar para a Playboy é sem dúvida uma experiência especial. Foi muito legal para mim. O que impressiona é o profissionalismo da equipe. Tudo é feito com o maior cuidado e respeito”.
Danielle Winits - “Foi uma honra! Esse ano foi muito especial para mim e considero o convite para a capa da edição de aniversário uma prova de reconhecimento do meu trabalho. Eu estava fazendo a Alicinha na novela Corpo Dourado. O ensaio da Playboy foi a celebração de uma personagem, o fechamento de um ciclo, um presente para mim mesma”.
CAMPEÃS DE VENDAS
A revista completa em Agosto o seu 27º aniversário. A primeira edição foi publicada em Agosto de 1975, com o título “HOMEM”. A primeira edição com o título “PLAYBOY” foi publicada em Julho de 1978.
Março 1999
- Tiazinha
- 1 068 700 exemplares
Agosto 1995
- Adriane Galisteu
- 815 400 exemplares
Fevereiro 1998
- Scheila Carvalho
- 686 400 exemplares
Agosto 1997
- Marisa Orth
- 669 500 exemplares
Fevereiro 1987
- Maitê Proença
- 626 100 exemplares
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