O diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, e o diretor de conteúdos do Porto Canal, Diogo Faria, arriscam pena de prisão no caso da divulgação dos emails do Benfica.
Os juízes agravaram e aumentaram esta segunda-feira o número de crimes (mais dois) imputados a Diogo Faria. Responde agora, em coautoria, por três crimes de violação de correspondência agravada. Cada crime é punido com pena de prisão até um ano e quatro meses. No caso de Francisco J. Marques há um agravamento no que respeita ao crime de ofensa à pessoa coletiva.
Esta alteração da qualificação jurídica provocou esta segunda-feira o adiamento da leitura do acórdão para 12 de maio. "Não significa que vá condenar. Vamos ver. Logo se vê", atirou esta segunda-feira Nuno Brandão, advogado de J. Marques.
Já Rui Patrício, um dos representantes do Benfica, afirmou que, "do ponto de vista estatístico, os casos de alteração da qualificação jurídica dão, mais frequentemente, em condenação".
"Mas o nosso conforto vem essencialmente da convicção de que temos razão desde o princípio" do processo, acrescentou.
A divulgação dos emails do Benfica remonta a 2017. Em causa estão ainda crimes de devassa da vida privada e ofensa à pessoa coletiva (Benfica).
Pormenores
Júlio Magalhães é arguidoJúlio Magalhães, à data diretor-geral do Porto Canal, também se senta no banco dos réus. O Ministério Público pediu a condenação de Francisco J. Marques e Diogo Faria, sem especificar a medida da pena, referindo que, relativamente a Júlio Magalhães, ficou demonstrando que este "nunca teve participação direta" no programa ‘Universo Porto da Bancada’
Arguidos em silêncioFrancisco J. Marques e Diogo Faria estiveram esta segunda-feira em tribunal. Depois da comunicação do tribunal, a defesa não se quis pronunciar. E, à saída, nenhum arguido falou aos jornalistas presentes no local.
FC Porto condenado a pagar 1,6 milhões de eurosO FC Porto foi condenado a pagar dois milhões de euros ao Benfica pelo caso dos emails, num processo cível. Valor que a Relação do Porto baixou para 1,6 milhões. Os dragões e o Benfica (autor da ação) recorreram para o Supremo Tribunal de Justiça. Por outro lado, o DCIAP tem um megaprocesso em que se investigam vários casos que envolvem o Benfica (‘Emails’, ‘Vouchers’ e ‘Mala Ciao’).