A edição de hoje
Luís Montez, proprietário da Rádio Festival e genro do Presidente da República, foi absolvido em toda a linha no processo que lhe tinha sido intentado pelo anterior proprietário da estação portuense. José Neves, que reclamava 75 mil euros, queixava de que o contrato não tinha sido cumprido, porque fora alterada a linha de programação.
O juiz da 8.ª Vara Cível da Comarca do Porto condenou, no dia 20, por isso mesmo José Neves ao pagamento das custas da acção declarativa. Para lá de uma indemnização de 75 mil euros, o anterior proprietário da Rádio Festival reclamava os juros desde a data de celebração do contrato.
Neves era o anterior proprietário da emissora e vendeu-a a Luís Montez em Dezembro de 2003. Mas José Neves ficou como director-geral da rádio, com um salário mensal de 2500 euros, e o contrato de venda estipulava na cláusula primeira que Montez não podia alterar a linha programática do Festival, uma rádio eminentemente popular do Porto. Para isso, a estação tinha de manter a estrutura técnica, material e humana.
O juiz entendeu que Luís Montez tomou várias decisões no estrito cumprimento das suas funções e sem, de facto, alterar o carácter da rádio, enquanto José Neves passava poucas horas diárias no desempenho das suas funções.
O processo chamou ao tribunal como testemunhas, entre outros, o jornalista Alfredo Barbosa, que trabalhou vários anos no desportivo ‘A Bola’, o qual queixa-se de ter sido afastado da rádio por interferência da Câmara Municipal do Porto, e Manuel Pinto Teixeira, chefe de gabinete de Rui Rio e antigo director de ‘O Comércio do Porto’.
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