Miguel Sousa Tavares não poupou nas palavras para criticar Ricardo Araújo Pereira (RAP) e o seu novo programa na SIC, ‘Isto É Gozar Com Quem Trabalha’. "O RAP é muito pouco criativo, muito pouco imaginativo e muito preguiçoso. Ele vive daquilo que eu chamaria babugem do jornalismo. Há vários anos que pega nas notícias que já foram dadas pelos jornalistas e tenta trabalhá-las", disse o comentador no ‘Jornal das 8’, da TVI.
A propósito da participação da ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, no formato de RAP, Sousa Tavares prosseguiu: "Ele não é um jornalista. Na entrevista, escaparam-lhe duas coisas que não escapariam a um jornalista e que têm alguma gravidade."
A primeira, afirmou, diz respeito ao escândalo que envolve os juízes do Tribunal de Relação. "A ministra disse que tinha sido detetado pelo sistema e não é verdade. Foi o jornalismo de investigação que detetou aquilo." O escritor considerou ainda grave que Van Dunem tenha dito que as mulheres "estão a ganhar a batalha" da Justiça. "Ela deveria pensar no que está a dizer, porque se fosse ao contrário, se fosse um homem, era um escândalo." Contactado, Ricardo Araújo Pereira manteve-se em silêncio.
A guerra entre Sousa Tavares e Araújo Pereira é antiga. Em 2010, tanto RAP como José Diogo Quintela (que teve uma crónica censurada), o seu parceiro nos Gato Fedorento, deixaram de escrever crónicas no jornal ‘A Bola’ por causa de Sousa Tavares, que os acusou de serem "dois rafeiros atiçados às canelas, dois censores encartados" que o atacavam por ele ter recusado ir ao programa ‘Esmiúça os Sufrágios’, em 2009.