A edição de hoje
Francisco Penim quis acabar com o ‘Herman SIC’ em Janeiro. A revelação foi feita, ontem, ao CM, pelo apresentador do programa, cujo vínculo contratual com a estação de Carnaxide é válido até final do ano.
Depois, Herman José poderá fazer uma paragem sabática ou, até, continuar na SIC (ver caixa).
“O primeiro sinal para pôr fim ao ‘Herman SIC’ partiu da actual direcção de programas, que teria gostado que tal tivesse acontecido já a partir de Janeiro deste ano. Um contrato a cumprir e o respeito pelo meu pedido de não matar o produto prematuramente ditaram a sua continuação”, respondeu, ontem, ao nosso jornal, por correio electrónico – enviado com conhecimento a Francisco Penim, director de Programas do canal de Carnaxide –, Herman José.
“Por minha vontade, não acabava nunca com o programa. É o que gosto de fazer e o que me levou para a SIC. Compreendo é que ele se tenha tornado num produto anacrónico para combater a agressiva ‘venda a retalho’ em que se tornou a televisão generalista. É inglório contrapor Ivan Lins a Castelo Branco, Mário Crespo aos ‘Serranos’, ‘Nelo e Idália’ ao ‘Circo’!”, sublinhou Herman.
O CM sabe que, agora, Francisco Penim – a despeito de as audiências de ‘Herman SIC’ continuarem a não lhe agradar – jamais proporá um final antecipado para o programa, a menos que o apresentador “o faça ‘passar-se da cabeça’”, confessou-nos fonte próxima daquele responsável. E Herman, como já explicou, seria, claro, a última pessoa a propor a ideia. Tal opção “configuraria uma falta de respeito pelo público, pelos meus colaboradores e, sobretudo, pelo canal!”, enfatiza.
A mudança do dia e hora do ‘Herman SIC’ nunca esteve em cima da mesa. O que esteve, sim, como o próprio humorista afirma, foi o fim do programa. Herman José, contudo, continuaria a trabalhar na estação, embora noutro formato. O CM pode, aliás, adiantar que Francisco Penim – que não quis comentar as declarações de Herman José – lhe chegou a propor um programa de ficção.
“O meu director de programas actual, Francisco Penim, é um fã confesso do meu humor e gostaria de me ver usado noutros contextos. Ao contrário do que se tenta fazer transparecer, temos uma relação transparente, cordial e solidária. Já o avisei de que será o primeiro a saber de qualquer decisão que eu venha a tomar sobre o meu futuro. Odeio traições”, confessa o apresentador.
Herman José sublinha não ter declinado propostas da estação para outros projectos. Simplesmente, argumenta, “enquanto durar o ‘Herman SIC’ tenho de me concentrar na sua produção, para que ele esteja à altura do grande canal que é a SIC. A partir de 2007 está tudo em aberto!”
Quanto ao futuro, o humorista refere que “a opção que ocupa a ‘pole position’ é a de uma paragem sabática [já o explicara, ao CM, a 1 de Dezembro de 2005] de um ano, para poder fazer uma grande ‘tournée’ junto da diáspora portuguesa”, para a qual é “semanalmente solicitado”.
Até lá, domingo a domingo, Herman e a sua vasta equipa continuarão a produzir o ‘talk-show’ da SIC, o qual “tem sido muito bem tratado pelo canal. Também em termos promocionais”. “Não tenho sentido a mínima má vontade”, frisa o ‘entertainer’.
INÍCIO DAS NEGOCIAÇÕES
O facto de Herman José vir admitir publicamente, nesta altura, “uma paragem sabática de um ano” é visto, na SIC, como “uma forma de lançar para a mesa as negociações para um novo contrato”, sustentam algumas fontes da estação de Carnaxide, sublinhando que, de facto, “o Francisco Penim é um grande admirador” do humorista, o qual, por outro lado, “tem particular estima pelo dr. Balsemão”, presidente do grupo que detém, entre outros, o canal. Aliás, há mesmo quem acredite na continuidade do humorista na SIC, embora, claro, “por outros números”. “Haverá, provavelmente, uma cedência das duas partes”, refere uma das nossas fontes, lembrando, inclusive, que “em nenhum outro canal o Herman receberia o que recebe da SIC”. Uma coisa é certa, como explica o próprio humorista: “Estou sempre em contacto com o mercado. Nunca virei as costas a ninguém!”
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