Correio da Manhã - Está preparado para mostrar a sua vida aos portugueses?
Toy - Estou preparado para mostrar o que sou. Já estou há muito tempo, agora tenho a oportunidade e vou aproveitar.
- Fez alguns preparativos?
- Não! Sigo a minha vida perfeitamente normal. A minha vida é muito ocupada e a única coisa que altera é que vou ter que andar com mais pessoas, que são essas que vão dar acesso a que o meu dia-a-dia seja visto por todos.
- Mas está nervoso?
- Não, penso que é a oportunidade de mostrar, de facto, aquilo que sou. A televisão não consegue transparecer sempre aquilo que somos, a nossa personalidade, a maneira de estar na vida. A interpretação dos nossos pensamentos depende muito da forma como as coisas são feitas em entrevistas. Mas nem sempre as coisas têm o ênfase necessário para que as pessoas entendam o que queremos dizer quando falamos nas entrelinhas ou demasiadamente directos. Desta forma, e com a naturalidade que tenho, as pessoas vão perceber porque digo coisas como ser a favor da liberalização das drogas. Não quero estar a querer ser político e aliar as pessoas ao meu pensamento, mas pelo menos fazer as pessoas pensar e dizer que nós, figuras públicas, temos a responsabilidade de ter uma opinião social.
- As pessoas vão ser surpreendidas?
- Quem me conhece não. Mas os outros provavelmente vão, porque várias pessoas já me disseram ao fim de privarem comigo durante um tempo: “Não gostava nada da sua onda, mas depois de o conhecer até acho piada”. Isto acontece quase todos os dias quando conheço pessoas novas. E foi o que também me levou a aceitar este convite. Agora as pessoas podem dizer “afinal o Toy não é vaidoso, não é isto ou aquilo...” O programa pode ser uma forma natural de isso acontecer.
- O que vai tentar mostrar?
- Não vamos olhar para o programa como “agora vou mostrar que sou bom e que faço bem às pessoas”. Só quero que saibam quem sou e que não julguem que estou a fazer as coisas só para o programa. Gosto de contar umas anedotas picantes q.b., sou desinibido, muito brincalhão... Só quero que o programa mostre a realidade.
- Mas o programa pode tornar-se num pau de dois bicos...
- Não posso diser que estou completamente à vontade. Este é um País complicado e pequeno e corremos o risco de haver demasiada exposição. Toda a gente tem telhados de vidro, mas os meus são tão espessos que podem atirar pedras à vontade. Não tenho nada a esconder, estou de consciência tranquila e acho que me vou divertir, o que é fundamental.
TERNURA, ROMANCE, CONFLITO E HUMOR
‘A Casa do Toy’ mostra o dia-a-dia do cantor e da sua família, desde situações e actividades mais simples até às mais íntimas e comprometedoras. No programa, não faltarão momentos de ternura, romance, conflito e humor.
O público também pode participar através de cartas, mensagens via telemóvel ou Internet. Desta forma, podem comentar o comportamento do cantor ou sugerir actividades. O programa terá ainda um barómetro de popularidade e todas as semanas o público poderá votar no elemento da família que se destacou pela positiva ou pela negativa. O resultado poderá ser convertido em prémios ou castigos.
PERFIL
Nascido a 10 de Fevereiro de 1963, António Manuel Neves Ferrão iniciou a sua vida artística com apenas cinco anos, quando subiu a um palco para cantar e tocar bateria.
Cantor, produtor, autor, compositor e músico, Toy é casado há 21 anos e tem dois filhos (um rapaz com 18 anos e uma menina com dez).
O artista também passou pelo teatro de revista e, aos 17 anos, tentou a sua sorte na Alemanha, onde formou várias bandas, nomeadamente Raio X (de baile), Prestige (rock) e Fruta Fresca (jazz).
Toy regressou a Portugal em 1988 e assinou o seu primeiro contrato discográfico. O seu longa-duração de estreia, “Mãe, Três Letras de Saudade”, foi lançado no início de 1989. A que se seguiu, no mesmo ano, “Por Ti”.
No ano seguinte, participou no Festival RTP da Canção e recebeu o prémio de interpretação. “Eternamente Teu” é o título do seu último trabalho de originais.
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