Os trabalhadores e delegados sindicais da rádio TSF, detida pelo Global Media Group, reuniram-se em plenário, esta quinta-feira, para exigir aumentos salariais. Caso estes sejam recusados, admitem convocar uma greve.
Ao que o CM sabe, os trabalhadores exigem aumentos salariais, realçando que há ordenados abaixo do ordenado mínimo nacional ou próximos desse valor e que há trabalhadores que há quase 20 anos que não têm ajuste salarial.
O descontentamento sentido dentro da estação levou a que o plenário fosse fortemente participado, tendo durado várias horas. Ao que o CM apurou, o diretor da TSF, Domingos de Andrade, esteve presente apenas no início do plenário.
Este não foi o único plenário a decorrer esta semana no Global Media Group. Também os trabalhadores do Jornal de Notícias (JN) estiveram reunidos, após a saída de cerca de 15 pessoas do título. Os trabalhadores do JN estão preocupados com a reestruturação em curso e com a mudança de instalações da sede do jornal, no Porto.
O edifício histórico foi vendido no final de 2019 e está previsto que seja transformado num hotel.
Ao que o CM apurou, as instalações do jornal, que incluem ainda os estúdios da rádio TSF, deverão sair do centro da cidade, sendo a zona de Monte de Burgos, junto à Estrada da Circunvalação, apontada como o futuro local onde ficará a sede do JN.
Na semana passada, os trabalhadores do Diário de Notícias (DN), outro título do Global Media Group, também se reuniram em plenário, após o anúncio da saída de quatro funcionários, entre os quais estará grande repórter Fernanda Câncio.
Na altura, a delegada sindical do jornal, Valentina Marcelino, disse que o Global Media justificava estas saídas com a necessidade de cortar "custos fixos".
O Global Media Group tem passado por várias restruturações, processos de despedimento e rescisões amigáveis nos últimos anos. Já em julho de 2022, foi aberto um período de negociação de rescisões amigáveis e voluntárias na TSF, Jornal de Notícias, Diário de Notícias e no jornal desportivo O Jogo.
Desde 2014, a Global Media teve contas negativas todos os anos, num total de quase 60 milhões de euros.