Brigitte Bardot: as polémicas e os escândalos da 'devoradora de homens'... que também amou mulheres

Atriz, modelo e ativista dos direitos dos animais morreu este domingo, aos 91 anos.

28 de dezembro de 2025 às 12:41
Brigitte Bardot
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Brigitte Bardot no filme 'Se Don Juan fosse uma mulher'
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Atriz, modelo e ativista dos direitos dos animais, Brigitte Bardot, que morreu este domingo aos 91 anos, viveu uma vida marcada por escândalos. Tornou-se numa estrela internacional com o filme 'E Deus Criou a Mulher', em 1956, em que interpretava uma órfã adolescente com pouca roupa e uma atitude liberal em relação ao sexo. O sucesso da película foi impulsionado pela polémica em torno do seu desempenho, sendo proibido em vários países, com muitos a criticarem a sua natureza "lasciva, sacrílega, obscena, indecente ou imoral".

Os primeiros papéis de Bardot no cinema foram creditados por desencadear a revolução sexual dos dois lados do Atlântico e a expressão "gatinha sexy" foi cunhada especificamente para descrevê-la. Ela recusou-se a trabalhar em Hollywood, rejeitando diversas ofertas financeiras consideráveis, e abandonou a carreira de atriz completamente antes de completar 40 anos.

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Bardot nasceu em Paris a 28 de setembro de 1934. Cresceu numa família de classe média alta e frequentou um colégio particular antes de se matricular no Conservatório de Paris, em 1949, para estudar ballet. Aos 15 anos, foi fotografada para a capa da revista 'Elle', o que chamou a atenção de cineastas. Fez um teste para um filme de Marc Allégret e, embora não tenha conseguido o papel, ela apaixonou-se pelo argumentista Roger Vadim. Os pais proibiram-na de se casar com Vadim - ela tinha 16 anos e ele 22 - e ela tentou suicídio. Os dois acabaram por subir ao altar em 1952, depois que Bardot alcançar a maioridade.

'E Deus Criou a Mulher' lançou a atriz, mas também acabou com o seu casamento, quando Bardot se envolveu com o colega de elenco, Jean-Louis Trintignant. Apesar do divórcio, Bardot e Vadim continuaram a trabalhar juntos. Em 1958, ela era a atriz mais bem paga de França.

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Em 1959, Bardot casou-se com o também ator Jacques Charrier, e tiveram um filho, Nicolas-Jacques. Nas suas memórias de 1996, ela escreveu sobre a infelicidade que sentiu com a gravidez, descrevendo o filho ainda não nascido como um "tumor cancerígeno". Ela admitiu que dava repetidamente murros na barriga para abortar e pediu morfina a um médico, já que o aborto era ilegal em França na época. Numa conferência de imprensa, afirmou que preferia "dar à luz um cachorrinho". Em 1997, ela e a sua editora foram condenadas a pagar mais de 30 mil euros de indemnização a Charrier e ao filho por causa destas declarações.

Pouco depois de dar à luz, Bardot protagonizou 'La Vérité' (A Verdade), um dos filmes mais bem recebidos da sua carreira, mas a produção foi conturbada. A atriz teve um caso com um dos seus colegas de elenco, Sami Frey, e tentou suicídio novamente durante a conturbada separação de Charrier.

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Nesse mesmo ano, Bardot lançou o seu álbum de estreia, 'Brigitte Bardot Sings', com covers de músicas de vários cantores franceses, incluindo Serge Gainsbourg. Os dois tornaram-se amantes e gravaram uma música de amor que incluia sons de "carícias intensas".  Na altura, Bardot era casada com o milionário Gunter Sachs, que tudo fez para que a música não fosse lançada.

A imprensa sensacionalista, em muitas ocasiões, apelidou Bardot de "devoradora de homens", devido a rapidez com que terminava os seus muitos relacionamentos. Na biografia que escreveu sobre 'BB' em 2013, a jornalista Ginette Vincendeau revelou que ao longo da sua vida a atriz teve cerca de 100 amantes (incluindo mulheres) e que a pressão trazida pela fama a fez entrar em colapso, tentando o suicídio quatro vezes e abandonando o seu único filho.

Outros relacionamentos famosos de Bardot durante a sua juventude incluem o barman e instrutor de esqui Christian Kalt, o empresário da noite Luigi 'Gigi' Rizzi, o jogador de basquetebol do Bob Zagury, o cantor Gilbert Bécaud, o escritor americano John Gilmore e o ator Warren Beatty. 

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Aos 39 anos, Bardot mudou-se para Saint-Tropez, na Riviera francesa, onde viveu praticamente reclusa, dedicando-se ao ativismo pelos direitos dos animais e fundando sua própria instituição de caridade em 1986. Em 1992, casou-se com o seu quarto e último marido, Bernard d'Ormale, assessor do líder da Frente Nacional, de extrema-direita, Jean-Marie Le Pen. Nos anos seguintes, a atriz voltou a gerar polémica com as suas declarações. Num livro de 2004, referiu-se aos gay como "aberrações de parque de diversões", criticou o "escândalo dos auxílios-desemprego" e afirmou que a França estava a ser "infiltrada" por "muçulmanos que matam ovelhas".

Numa das suas últimas entrevistas, concedida em maio de 2025 à televisão francesa, ela criticou o movimento #MeToo, defendeu Gérard Depardieu das acusações de assédio sexual e declarou: “Feminismo não é a minha praia. Eu gosto de homens.”  

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Apesar de ser considerada um símbolo sexual, Brigitte Bardot sempre recusou submeter-se a intervenções estéticas e desprezava o consumismo. Apesar da sua fortuna, nunca gastou dinheiro em caviar ou diamantes.

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