Disney perde milhões e chama Jimmy Kimmel de volta
A gigante do entretenimento, detentora do canal ABC, já terá perdido cerca de 3,3 mil milhões de euros em valor de mercado.
O mundo dos media está a ferro e fogo na América. Enquanto os analistas políticos norte-americanos acusam a administração Trump de violar a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos depois do ABC suspender o apresentador Jimmy Kimmel após pressão da entidade reguladora para as comunicações (FCC), a Disney viu-se a braços com uma decisão que lhe está a custar muitos milhões e, talvez por isso, já renegoceia o regresso do apresentador e humorista à estação.
Desde a polémica suspensão do programa 'Jimmy Kimmel Live!' - após o comediante afirmar que os conservadores estavam a rentabilizar politicamente o assassínio de Charlie Kirk, personalidade da extrema-direita, apoiante de Donald Trump - a Disney já terá perdido 3,87 mil milhões de dólares (cerca de 3,3 mil milhões de euros) em valor de mercado e já correm rumores de que as negociações para o regresso do apresnetador estão em curso. De acordo com a 'Variety', os representantes legais de Kimmel estão “em discussões” com a ABC para encontrar uma solução de compromisso e permitir o retorno do programa à antena.
Enquanto isso, os especialistas reivindicam que a suspensão de Kimmel é uma aut~entica vioção da primeira Emenda, parte importante da Decalaração de Direitos dos EUA, que protege a liberdade de expressão, liberdade de imprensa e de reunião.
"O que está a acontecer aqui é provavelmente uma das coisas mais assustadoras que já vi na administração Trump", disse à agência Lusa o cientista político Thomas Holyoke, professor na Universidade Estadual da Califórnia, em Fresno. "É um ataque direto aos meios de comunicação social públicos (...) e, francamente, parece-me uma violação de toda a Primeira Emenda, da liberdade de expressão, de imprensa, e agora a ser estendida a outras coisas (...) Parece-me que a FCC está claramente a abusar do seu poder", afirmou.
A decisão da ABC, que é detida pela Disney, surgiu após o Presidente Donald Trump ter declarado 'guerra' aos ativistas anti-fascistas, quando classificou o movimento Antifa como uma "organização terrorista" e depois das polémicas declarações do 'chairman' da Comissão Federal de Comunicações (FCC), Brendan Carr, no podcast do comentador de direita Benny Johnson: "Podemos fazer isto da maneira fácil ou estas empresas podem encontrar formas de mudar a conduta, de tomar medidas sobre Kimmel, ou vamos ter trabalho adicional na FCC", avisou Carr. Trump disse ainda aos jornalistas, a bordo do Air Force One, que os canais que o criticam poderiam "perder a licença de transmissão".
Admitindo ser provável que outras personalidades e programas venham a ser alvos da administração Trump, Thomas Holyoke afirmou que há pouca fé de que o Supremo Tribunal se oponha ao presidente, se este caso for parar à barra dos tribunais.
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