Do sofrimento ao sucesso: Pedro Gonçalves perdeu o pai aos dois meses e saiu de casa aos 12 anos

No dia em que completou 27 anos, Pedro Gonçalves abriu o coração no 'Alta Definição' e emocionou-se ao recordar a infância difícil.

29 de junho de 2025 às 09:00
Pedro Gonçalves Foto: Sporting CP
Pedro Gonçalves
Pedro Gonçalves Foto: Luís Manuel Neves

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No seu dia de aniversário, este sábado, dia 28 de junho, Pedro Gonçalves, carinhosamente chamado de 'Pote' pelos adeptos do Sporting, foi o convidado de Daniel Oliveira no programa 'Alta Definição'. Numa conversa intimista, recordou os momentos mais duros da sua trajetória no futebol.

Natural de Vidago, o camisola 8 do Sporting cresceu com o futebol à sua volta. A mãe e o padrasto trabalhavam como roupeiros no clube local e, como vivia dentro do próprio estádio, desde cedo respirou o ambiente e a paixão pelo jogo.

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No currículo soma três títulos de campeão nacional ao serviço dos verdes e brancos e uma Liga das Nações pela Seleção Nacional. Contudo, o caminho até ao topo esteve longe de ser fácil. "Achei sempre que não ia conseguir chegar a um clube como o Sporting", confessou. "Sempre tentei fazer uma boa carreira mas nunca pensei ser campeão nacional e nunca pensei poder chegar à Seleção." 

Com apenas 12 anos saiu de casa rumo a Braga, onde esteve cinco épocas e enfrentou a solidão longe da mãe e da família. "Foi difícil tive fases que chorei sozinho mas foi a carreira que eu quis, foi sempre o que eu quis. Sempre me mentalizei: para chegar onde estou hoje vou ter que sofrer. Desde os 12 anos que estou fora de casa, que não vejo a minha mãe todos os dias. Às vezes fico triste por não ter essa ligação com a família mas são coisas que acontecem e temos que saber lidar com isso."

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Questionado pelo apresentador como era a vida em Braga para um miúdo, Pedro Gonçalves respondeu, sem rodeios: "Era muito complicada para ser sincero, o Braga hoje em dia tem umas condições incríveis mas na altura passei muitas dificuldades mesmo. Eles começaram a perceber que eu ganhei medos, ganhei talvez uma depressão porque andava muito tempo sozinho, não tinha pessoas para me ir buscar a casa, andei sempre a pé, com 12 anos, sozinho", e acrescentou: "Pensei em desistir porque sentia que naquela altura não tinha o apoio suficiente que precisava."

Outro momento difícil na vida do internacional português foi logo aos dois meses de idade: a morte do pai: "Lembro me da minha mãe ter dito que foi uma bactéria ou uma doença, sentiu-se mal teve que ir para o hospital e acabou por falecer, mas também nunca perguntei à minha mãe. Eu sempre quis viver o dia a dia para não trazer pensamentos para mim como 'Porquê? Porque é que o meu pai não me viu crescer?'. (...) Não o conheci, fico triste. Sei que tinha uma vida como bombeiro, sei que era uma pessoa incrível e dizem que a minha personalidade vem dele (...) Sei que ele está-me a ver, muitas vezes falo com ele."

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Um dos momentos mais emotivos da entrevista surgiu quando Daniel Oliveira lhe perguntou o que diria ao "Pedro de 12 anos que está sozinho em Braga". A resposta veio carregada de ternura e orgulho: "Diria que para mim ele é a melhor pessoa do mundo e que vai ser um excelente jogador. Mas antes do jogador, vai ser uma excelente pessoa e um excelente pai."

O momentos mais emotivo da entrevista aconteceu após Pedro Gonçalves pronunciar estas palavras. O jogador do clube de Alvalade desabou em lágrimas por todas as dores que sentiu ao longo da vida e por, finalmente, estar a ver todo o esforço a ser recompensado com a conquista de muitos dos seus sonhos: "Não acredito que cheguei aqui", confessou.

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