João Paulo Sousa: “Quando cheguei a Lisboa tinha 100 euros para sobreviver”
Aos 31 anos, o apresentador aceitou fazer uma viagem pela infância e adolescência, com direito a “desporto, música e miúdas”. Casado com Adriana Gomes, revela vontade ter o primeiro filho.
Como é que está a viver este período de isolamento? O que é que tem sido mais difícil de gerir?
O lado emocional, o desconhecido de tudo mexe connosco. Mas as rotinas e o facto de estar com a minha mulher e os animais tem ajudado muito.
Redobrou cuidados em relação aos seus pais e avós?
Não os vejo desde que tudo isto arrancou. Ainda visitei os meus pais antes do estado de emergência, mas foi com o propósito de os consciencializar.
Proponho-lhe uma viagem ao passado. É natural da aldeia de Cumeira [Marinha Grande]. Qual é a grande memória de casa?
Crescer no meio do campo, com animais, com muito espaço para brincar, com poucos amigos da minha idade, mas com a sorte de ter crescido perto dos meus avós, que foram importantes para crescer com muito amor.
O que é que há ainda da vivência aldeia na sua personalidade?
O fascínio por coisas novas. Com o meu trabalho, com as minhas conquistas e ser uma pessoa com muitos sentimentos. Ensinaram-me a não ter medo de sentir nem de falar sobre o que sinto e assim quero continuar.
Quem são os seus pilares?
A minha mãe e o avô materno. Foram os que passaram mais tempo comigo e quem me deu o que não se pode comprar: amor, carinho e sorrisos!
Como era em menino e em jovem?
Há coisas que não mudaram muito. A curiosidade mantém-se até hoje. A minha mãe diz que quando tinha de estar sossegado, estava. Mas quando ia brincar só parava quando ela me levava para a banheira. Sujava-me a sério. Na adolescência, descobri três coisas: desporto, música e miúdas.
A adolescência foi vivida em pleno?
Acho que fiz tudo de bom e de mau que tinha de fazer. É uma altura em que achamos que somos invencíveis e imortais. É também quando fazemos escolhas que mudam a nossa vida. Felizmente aos 16 anos conheci a mulher e ganhei juízo!
Havia já o sonho de Lisboa?
Lisboa nunca foi um sonho. Até ter ido, aos 17 anos, nunca me tinha passado pela cabeça. Achava que Lisboa e o mundo da televisão ficavam noutro planeta. Um planeta onde eu nunca poderia chegar.
Quando é que se mudou em definitivo para a capital?
O que originou isto foi a minha mulher me inscrever num casting e de eu ter vindo de autocarro às escondidas dos meus pais fazê-lo, que me levou à quinta série dos Morangos com Açúcar.
Como foi a mudança?
Foi horrível. Não conhecia ninguém, tinha pouco mais de 100€ para sobreviver e nunca tinha visto tanto trânsito, pessoas a correr para entrar e sair do metro, frieza e distância. Felizmente, um grande amigo meu de infância mudou-se para Lisboa e vivi com ele alguns anos. Ainda hoje, não vivo no centro de Lisboa, preciso de ter praia e campo por perto para ser feliz.
Dedicou recentemente uma publicação nas redes sociais à sua companheira. Estão juntos há 15 anos. Este tempo passou a voar?
Quando se olha para trás parece que passou a correr. Numa relação, como na vida, há sempre altos e baixos. O que torna a nossa relação tão forte é o facto de termos crescido juntos. Tinha 16 anos e ela 17 quando nos conhecemos e já passamos por fases de grande mudança, mas como o fizemos juntos, sempre nos apoiámos e fomos puxando um pelo outro.
Ter filhos está nos vossos planos?
Estamos casados há quase quatro anos. Temos o gato Freddy e a cadela Phoebe. Para já estamos bem. Temos os nossos planos ao nosso ritmo. Não cedemos a pressões externas. Mas um dia quero ser pai.
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