Juan Carlos investigado por Justiça espanhola após desviar 100 milhões de euros
O rei de Espanha está a ser acusado de supostas comissões ilegais recebidas na construção de um comboio de alta velocidade na Arábia Saudita.
Aos 82 anos, o rei Juan Carlos está a ser investigado pela justiça espanhola por um delito de corrupção internacional, branqueamento de capitais e fraude fiscal.
Em causa estão supostas comissões recebidas pelo rei emérito espanhol, negócio que envolve a construção do comboio de alta velocidade que une as cidades de Medina e Meca na Arábia Saudita.
Segundo consta, a investigação, que passa para o Supremo Tribunal, vai concentrar-se em "delimitar ou descartar" a relevância criminal dos acontecimentos ocorridos desde junho de 2014, quando o rei deixou de ser Chefe de Estado e perdeu a imunidade que a Constituição espanhola lhe concedia.
A investigação começou na Suíça, sobre uma suposta comissão de 100 milhões de euros que Juan Carlos I teria recebido do rei da Arábia Saudita pela concessão da obra ferroviária.
A fortuna em questão estaria em contas suíças e oculta do fisco espanhol.
A data de transferência de fundos, em 2012, quando Juan Carlos ainda era o chefe de Estado, travou a investigação espanhola devido à imunidade legal de que o rei usufruía.
Agora, a procuradoria centra a investigação nos acontecimentos que tiveram lugar depois de junho de 2014, data em que o marido da infanta Sofia perdeu a imunidade legal ao abdicar a favor do filho, Felipe VI, atual rei de Espanha.
Desta forma, a transferência dos 100 milhões de euros não pode ser alvo de investigações devido à imunidade do rei, mas as movimentações da quantia, posteriores a 2014, podem ser investigadas, ao ter sido considerado que há indícios suficientes sobre possíveis delitos de branqueamento e fraude fiscal.
O filho de Juan Carlos, Felipe VI, de 52 anos, nega qualquer conhecimento ou envolvimento neste caso.
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