Kathryn Bigelow faz história nos Óscares

‘Estado de Guerra’, de Kathryn Bigelow, o relato de um grupo de soldados no Iraque, foi o grande vencedor (e também a grande surpresa) da 82ª edição dos prémios da Academia, entregues neste domingo no Kodak Theatre, em Hollywod, ao arrecadar seis estatuetas, incluindo a Melhor Filme e Melhor Realização.

A cineasta americana, de 58 anos, tornou-se assim a quarta mulher a ser nomeada para a categoria de Melhor Realização e a primeira a conquistar o Óscar, curiosamente no Dia Internacional da Mulher, deixando para trás o principal rival, o épico de 3D ‘Avatar’, de James Cameron, com quem, por ironia, já foi casada.

No tradicional discurso de agradecimento, bastante emocionada, Kathryn deixou uma dedicatória. “Para os homens e mulheres que arriscam todos os dias a sua vida no cenário de guerra, seja no Iraque, no Afeganistão ou em outras partes do Mundo. Voltem em segurança”, afirmou a autora do filme que estava na corrida a nove categorias.

Em contrapartida, ‘Avatar’, que arrancou com o mesmo número de nomeações, acabou por ser o grande derrotado da noite, ao obter apenas três prémios de natureza técnica. Um verdadeiro “naufrágio” para o realizador de ‘Titanic’.

‘Sacanas Sem Lei’, de Quentin Tarantino, outro dos favoritos, que concorria a oito óscares, ficou apenas com um, o de Melhor Actor Secundário, atribuído a Christoph Waltz.

De resto, e tal como se esperava, Sandra Bullock arrecadou o prémio para Melhor Actriz, pelo seu desempenho em 'The Blind Side' (um dia depois de ter recebido o de Pior Actriz do Ano, nos prémios Razzies), enquanto Jeff Bridges conseguiu finalmente levar para casa a estatueta de Melhor Actor, com ‘Crazy Heart’, ele que já havia sido indicado quatro vezes. Tanto para Jeff como para Sandra foi o primeiro óscar que obtiveram da Academia. O mesmo sucedeu com a comediante Mo'Nique, que foi distinguida como Melhor Actriz Secundária pelo papel no drama ‘Precious’.

Já quanto à categoria de Melhor Filme Estrangeiro, o favorito ‘O Laço Branco’ do alemão Michael Haneke (grande vencedor do Festival de Cannes de 2009) ficou para trás a favor de ‘El Secreto de Sus Ojos’, do argentino Juan José Campanella.

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