Marco Paulo garante: "Nunca tive medo de morrer”

Com uma história de resiliência e superação, cantor começa a respirar de alívio após superar o cancro da mama. Apesar dos sustos com a saúde, mantém-se confiante com o futuro

13 de maio de 2021 às 11:44
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Após vários meses de angústia com o cancro, pode finalmente começar a respirar de alívio. Como é que está a gerir todas as emoções?

Tem sido realmente muito bom, porque depois de ter aparecido o problema, consegui cumprir todos os tratamentos e etapas com sucesso. Fiz quimioterapia e radioterapia e agora já só estou a tomar um comprimido de quimio. Um ano e meio depois do diagnóstico, fui a uma consulta e recebi com muita emoção o resultado de que estava tudo a correr muito bem e que a parte do cancro está resolvida.

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É um sentimento de alívio...

Claro que sim, mas não sou muito de deitar foguetes antes da festa. Gosto de me precaver e claro que vou continuar a vigiar e a controlar para que tudo se mantenha bem.

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Ao longo do período de recuperação, agarrou-se à fé?

Toda a gente sabe que sou um homem muito ligado à fé, mas não posso pensar sempre que tenho uma aflição que a Nossa Senhora está lá para me ajudar. Mas penso que foi mesmo a Nossa Senhora e a minha mãe, que está no céu, que me ajudaram. Agarrei-me muito a essa fé e quando as coisas melhoram vou agradecer.

O Santuário de Fátima é um local que considera especial na sua vida?

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Visito muitas vezes, sempre que posso. É um lugar muito especial e que me transmite muita paz. Gosto de estar na capelinha, de fazer companhia a Nossa Senhora. Se tiver de pedir, peço, se tiver de agradecer, agradeço.

Ao longo destes meses, também usou a sua história para alertar sobre o tema do cancro da mama.

É sempre bom eu alertar e dar o meu testemunho para não acontecer a outros homens o que me aconteceu a mim. É preciso estar atento e não deixar que a doença avance. Nos hospitais tive a oportunidade de assistir a muitas situações idênticas de outros homens que sofrem de cancro da mama.

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A sua saúde já lhe pregou algumas partidas. Já sentiu medo de morrer?

Não... medo nunca tive. Ficava triste quando me eram dadas as notícias mas medo real nunca senti. Mas é verdade que já superei várias batalhas. Além do outro cancro que tive, em 2018 também tive um episódio muito grave, no Porto. Perdi a visão durante um concerto. Foi uma aflição muito grande e temi perder a visão para sempre. Mas, felizmente, consegui superar e foi mais uma vitória.

A legião de fãs que conquistou ao longo da sua carreira é um grande pilar para si?

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É um apoio e uma ajuda muito grande. Ao longo dos anos, criei uma grande ligação com todas elas e gosto muito disso. Sou muito grato por todo o amor que recebo.

Apesar da sua saúde frágil, sempre se quis manter ligado à música, que é a sua grande paixão.

Quero muito continuar a trabalhar, adoro viver e acho que sou um lutador. Enquanto tiver voz, quero continuar a trabalhar. Mas quando não tiver voz para cantar, nessa altura, eu deixo. Tenho um momento para deixar, que é em 2024. Portanto, ainda tenho três anos e quero aproveitar o máximo possível, para fazer coisas que nunca fiz, quero aproveitar para gravar e fazer concertos.

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Sente saudades dos palcos?

Claro que sim. Há um ano e meio que não canto. No final dos concertos, tento sempre ficar mais tempo, falar com as pessoas, tirar fotografias. Sou sempre o último a sair dos concertos. E faço isso com muito gosto. E a verdade é que tenho um estatuto na música e sou mesmo muito grato às pessoas.

Anunciou, recentemente, que já tem o próximo concerto agendado.

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É verdade. Vai ser no próximo dia 18 de setembro, no Porto. É um concerto que já foi adiado três vezes, devido à pandemia, e que espero que finalmente aconteça. É sem dúvida um regresso muito ambicionado por mim e por toda a equipa.

Tem novidades para os fãs?

Já levo músicas novas. Duas músicas em espanhol, e ‘Jesus Salvador’ e ‘Adeus, Adeus (Bella Ciao)’. Mas há músicas que eu não posso deixar de cantar, não posso mudar o alinhamento do concerto com os êxitos do costume. Um concerto meu, normalmente, tem duas horas, mas eu gosto de ficar sempre mais tempo. Já cheguei a estar três horas em palco.

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