Pedro Chagas Freitas solidário com viúva de Diogo Jota: "Não precisa que lhe apontem o dedo"

Rute Cardoso marcou presença em Liverpool, na sexta-feira passada, para ver de perto o memorial e as milhares de homenagens feitas pelos britânicos a Diogo Jota. No entanto, a viúva do futebolista do Liverpool viria a ser criticada por várias pessoas nas redes sociais, por acharem que o vestido que usava era "curto demais", "branco" e "transparente". 

Segundo um vídeo da 'Flash Discover' no TikTok, a explicação para Rute Cardoso ter usado o visual em questão tinha um significado. "Era o vestido que Diogo mais gostava de a ver usar", afirmaram. 

Devido à chuva de críticas, Pedro Chagas Freitas decidiu manifestar-se, em defesa de Rute Cardoso. "A Rute acabou de perder o marido. O homem com quem partilhou uma vida deixou de respirar. Ela não. Ela ficou. A tentar descobrir como é que se respira agora, a tentar perceber como se diz às crianças que o pai morreu, que não vai voltar, que o abraço que pedem antes de dormir vai ter de ser inventado — ou substituído por silêncio", escreveu o escritor, que revoltado acrescentou: "Mesmo assim, há idiotas que se dão ao luxo de analisar o vestido que ela usou quando foi a Liverpool. Criticam, disparam julgamentos, sentenças morais, fazem conjeturas mirabolantes, estapafúrdias, miseráveis. Como se o sofrimento tivesse um dress code [código de vestimenta]."

Pedro Chagas Freitas continuou a demonstrar a sua indignação. "Isto não é um país; às vezes, é uma latrina. Um urinol moral: toda a gente alivia opiniões sobre a vida dos outros enquanto a própria apodrece em silêncio", referiu o escritor, apelando a mais empatia:  "A Rute está no interior mais profundo do túnel. Não precisa que lhe apontem o dedo; precisa que lhe segurem a mão. Se não fores capaz disso, cala-te."

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